Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler, entre outros, sonharam com a pan-Europa que, com a inclusão de mais dez países, se tornou uma realidade irreversível. Os antecedentes da União Europeia são assim, alguns mais respeitáveis do que outros. Durante muito tempo depois da tentativa de Carlos Magno de substituir o império romano pelo seu, uma identidade europeia se definia mais pelo que não era do que pelo que era: cristã e não muçulmana, civilizada em vez de bárbara (e, portanto, com o direito de subjugar e europeizar os bárbaros − isto é, o resto do mundo).
(Luis Fernando Verissimo. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008)
Ele destruiu apenas uma coisa: a Revolução Jacobina, o sonho de Igualdade, Liberdade e Fraternidade do povo erguendo-se em sua grandiosidade para derrubar a opressão. Este último foi um mito mais poderoso do que Napoleão, pois, após sua queda, foi isso, e não a memória do imperador, que inspirou as revoluções do século XIX, inclusive em seu próprio país.
(Eric Hosbsbawm. A era das revoluções: Europa 1789- 1848. Trad. São Paulo: Paz e Terra, 2002. p. 113)
O texto e o conhecimento histórico permitem afirmar que Napoleão contrariou ideais da Revolução Francesa, uma vez que, enquanto os seus exércitos travavam guerras por toda a Europa