Nicolau de Cusa — cuja filosofia influencia o pensamento renascentista e se encontra no divisor de águas entre as idades Média e Moderna — a respeito do ser e do conhecer, escreveu o seguinte:
Se desejas progredir, em primeiro lugar toma como verdade o que a sã inteligência de todos os homens atesta: o singular não é plural e o um não é muitos. Por isso o um, em sua singularidade, ou como ele é em si mesmo, não se pode encontrar em muitos, mas pode encontrar-se na forma como é comunicável a muitos. Portanto, não se pode negar que uma coisa, por sua natureza, existe antes de ser conhecida. Disso se conclui que nem o sentido, nem a imaginação e nem o intelecto atingem o modo de ser, porquanto este precede a todos eles. Antes, tudo o que é atingido por algum modo de conhecer, apenas indica aquele modo anterior de ser. O que é conhecido não é pois a coisa mesma, mas semelhanças, imagens ou sinais dela. Portanto, não existe ciência do modo de ser, embora perceba-se com toda a certeza que este modo existe.
CUSA, Nicolau de. A douta ignorância. Porto Alegre: Edipu-crs, 2002.
Sobre o excerto acima, seguem as seguintes afirmações:
I. Conforme Nicolau de Cusa, há intuição mental daquilo que é anterior a todo conhecimento.
II. Para Nicolau de Cusa, o sentido, a imaginação e o intelecto constituem os principais modos de ser.
III. Nicolau de Cusa não busca a simplificação absoluta, a unificação, a singularidade, o Ser em si, o Absoluto.
IV. As semelhanças e imagens ou sinais são, na verdade, essências, Absolutas.
Sobre as afirmações acima, assinale a alternativa CORRETA.