Na Nova Holanda, comunidade do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, terraços cobertos por alumínio e fibrocimento (antigo amianto) predominam, em comparação com os de PVC, mais caros. E aquecem mais durante os dias de calorão turbinado pelo aquecimento global. Segundo a tese de doutorado do arquiteto e urbanista Lucivaldo Dias Bastos, predominam temperaturas mais elevadas sob as telhas mais baratas até mesmo em relação a um ponto medido na avenida Brasil, próximo à favela, apesar da quantidade de cimento e da falta de árvores na via expressa.
O estudo revela uma dura realidade: os que vivem em áreas carentes sofrem mais os efeitos do calor do que aqueles que moram em localidades consideradas mais nobres. Áreas dos subúrbios da Central e da Leopoldina – onde estão os complexos da Maré, da Penha e do Alemão – são as mais quentes da cidade, levando em conta tanto a temperatura da superfície, captada por satélites, como a do ar, registrada por aferições de campo.
SELMA SCHMIDT Adaptado de O Globo, 07/01/2024.
A reportagem relata um fenômeno que é espacialmente diferenciado. Isso se deve a uma situação de: