Questão
Centro Universitário Christus - UNICHRISTUS
2018
Fase Única
ODE-BURGUESEu-insulto124754ef7a1
ODE AO BURGUÊS

Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, 
o burguês-burguês! 
A digestão bem-feita de São Paulo! 
O homem-curva! O homem-nádegas! 
O homem que, sendo francês, brasileiro, italiano, 
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!
Eu insulto as aristocracias cautelosas! 
Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros! 
Que vivem dentro de muros sem pulos; 
e gemem sangues de alguns mil-réis fracos 
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês 
e tocam os “Printemps” com as unhas!
Eu insulto o burguês-funesto! 
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs! 
Olha a vida dos nossos setembros! 
Fará Sol? Choverá? Arlequinal! 
Mas à chuva dos rosais 
o êxtase fará sempre Sol!
(...)

ANDRADE, Mário de. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993. p. 88.

A leitura do fragmento do poema “Ode ao Burguês”, de Mário de Andrade, permite inferir que o
A
autor exalta os valores de uma nova burguesia.
B
poeta faz uma forte crítica à burguesia.
C
autor crítica apenas a visão política da burguesia paulista.
D
autor confronta o pensamento antigo e o atual da burguesia paulista.
E
poeta propõe um novo modelo de poesia.