Obra: Graciliano Ramos – Vidas secas.
DEU-SE aquilo porque Sinhá Vitória não conversou um instante com o menino mais velho. Ele nunca tinha ouvido falar em inferno. Estranhando "a linguagem de Sinhá Terta, pediu informações. Sinhá Vitória, distraída, aludiu vagamente a certo lugar ruim demais, e como o filho exigisse uma descrição, encolheu os ombros.
O menino foi à sala interrogar o pai, encontrou-o sentado no chão, com as pernas abertas, desenrolando um meio de sola.
– Bota o pé aqui.
A ordem se cumpriu e Fabiano tomou medida da alpercata: deu um traço com a ponta da faca atrás do calcanhar, outro adiante do dedo grande. Riscou em seguida a forma do calçado e bateu palmas.
– Arreda.
O pequeno afastou-se um pouco, mas ficou por ali rondando e timidamente arriscou a pergunta. Não obteve resposta, voltou à cozinha, foi pendurar-se à saia da mãe: - Como é?
Sinhá Vitória falou em espetos quentes e fogueiras.
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Record, 1996 (p. 54).
Leia o trecho acima e julgue os itens a seguir.
I- No trecho, um dos filhos procura conhecer o significado de inferno, tendo, para isso, que perguntar à sua família.
II- O fato de “o menino mais velho” não ter nome e outras personagens como Sinhá Vitória e Sinhá Terta terem foi apenas um deslize.
III- O menino foi rechaçado pelo pai, mas obtém resposta da mãe, que é carinhosa com ele.
Estão corretas as afirmativas: