Observe as duas imagens e leia as três manchetes de jornais brasileiros, sendo a primeira manchete do jornal carioca Última Hora, de 2 de janeiro de 1960; e as duas últimas manchetes publicadas no jornal paulista Folha de São Paulo, dos dias 12 e 13 de dezembro de 2024. Após a leitura, observação e análise, marque a alternativa correspondente:



Figura 1. Capa do jornal Última Hora de 1960

Figura 2. Bronze de Daome a representar mulher com adornos
MATÉRIA 01: Maria de Jesus morreu nos braços de Iemanjá.
Última Hora - 02.jan.1960
A passagem do ano nas praias cariocas, foi comemorada com uma procissão em homenagem à Iemanjá, e com a marcação de estranhos pontos de macumba, em terreiros improvisados à beira do mar. Homens e mulheres vestidos de branco, de todas as classes sociais, com velas na mão, desfilaram, em louvor a Iemanjá. Mas houve também o lado trágico desse ritual: foi a morte da ogan Maria de Jesus que desceu o Morro de Santa Marta para encontrar a morte nos braços de Açanã, que é outro nome da Deusa do Mar. (Leia na página 16, do TABLÓIDE e em Cidade Nua).
MATÉRIA 02: Dahomey cutuca ferida colonial ao falar sobre o retorno de relíquias à África.
Folha de São Paulo, 12.dez.2024
Sequestrada, apalpada, medida e exposta diariamente a milhares de olhos. Depois de décadas, de um dia para o outro, trancafiada em uma caixa e mandada de volta ao seu país de origem. Essa é a trajetória de uma estátua do Reino de Daomé, atual Benim, levada a Paris no final do século 19 e que a França devolveu ao país africano neste ano. Em “Dahomey”, documentário ficcionalizado de Mati Diop, ouvimos o lamento do objeto, que se revela uma entidade presa em pedra e madeira entalhadas. O filme narra a volta para casa de 26 tesouros reais levados à Europa durante a colonização da África e foi coroado com o Urso de Ouro no último Festival de Berlim. [...] Dahomey cutuca uma ferida aberta e de difícil cicatrização na história mundial, a apropriação de obras de arte e relíquias por europeus em períodos de ocupação violenta na África, América Latina e Ásia. [...] O corte voltou a arder nos últimos dois anos, depois que alguns países, como Nepal, Camarões, Indonésia e próprio Benim pediram a restituição de itens que estavam em museus na França, Alemanha e Inglaterra. Em 2017, o presidente francês Emanuel Macron fez um discurso em Burkina Faso em que prometeu devolver permanentemente o patrimônio africano retido em seu país. Em 2023, a Alemanha restituiu 1.100 bronzes ao Benim, por exemplo. Até o Brasil entrou nesse debate quando, no ano passado, o Museu Nacional anunciou que receberia um manto tupinambá que estava fixado na Dinamarca desde o século 17.
MATÉRIA 03: Eliane Marques denuncia fala racista em evento e escritor pede desculpas.
Folha de São Paulo, 13.dez.2024
Na noite desta quinta (12), durante a entrega do Prêmio Literário da Academia Rio-Grandense de Letras (ARL), a escritora Eliane Marques subiu ao palco para protestar contra uma fala racista feita por Airton Ortiz, jornalista e presidente da instituição, durante a cerimônia. Durante o evento, Ortiz celebrou a herança da instituição e do estado do Rio Grande do Sul, que, segundo ele, nasceram da imigração italiana e alemã, se diferenciando de outros lugares do Brasil onde a imigração foi, nas palavras dele, escrava.