Observe o fragmento do poema “Vou-me embora pra Pasárgada”, de Manuel Bandeira, a seguir:
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
[...]
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Sobre ele, afirma-se que
I. É um poema que traz a temática da fuga (evasão), comum no Romantismo, porém atualizada pela produção modernista.
II. É menos inovador formalmente que Pneumotórax, apesar de ambos terem sido motivados – de certa forma – pela tuberculose, doença que acompanhava Manuel Bandeira desde a infância.
III. O eu-lírico evade-se não apenas no espaço, mas no tempo, projetando-se em fantasia e segurança como maneira de lidar com uma realidade que no presente não é aprazível.