Observe as passagens abaixo:
Século XIII
“Quando assoar o nariz ou tossir, vire-se de modo que nada caia em cima da mesa.”
Século XV
“É indelicado assoar o nariz na toalha da mesa.”
“Não assoe o nariz com a mesma mão que usa para segurar a carne.”
Século XVI
“Vire-se quando escarrar, para que o escarro não caia sobre alguém. Se alguma coisa purulenta cai no chão, deve ser pisada para que não provoque repugnância em alguém. Se não tens condições de fazer isso, pegue o esputo em um pequeno pedaço de pano. É indelicado engolir saliva, como também aqueles que vemos escarrando a cada três palavras, não por necessidade, mas por hábito.”.
“Assoar o nariz no chapéu ou na roupa é grosseiro, e fazê-lo com o braço ou cotovelo é coisa de mercador. Se alguma coisa cai no chão enquanto se assoa o nariz, deve-se imediatamente pisá-la com o pé.”
Século XVII
“À mesa, assoar abertamente o nariz no lenço, sem se ocultar do guardanapo, e enxugar o suor com ele são hábitos sujos que dão a todos desejo de vomitar.”
“Antigamente, era permitido escarrar no chão na presença de pessoas de categoria, sendo suficiente que se cobrisse o esputo com o pé. Hoje isso é uma indecência.”
Século XVIII
Escarrar frequentemente é desagradável. Quando necessário, deve-se esconder isso tanto quanto possível, evitando-se sujar pessoas ou suas roupas, pouco importa quem sejam, nem mesmo nas brasas ao lado do fogo. E quando escarrar, deve pisar imediatamente no esputo.
Tenha muito cuidado de não assoar o nariz nos dedos ou na manga, como criança. Use o lenço e não o olhe depois.”
Século XIX
Escarrar a todo momento é um hábito repugnante. Não preciso dizer mais do que – nunca se entregue a ele. Além de grosseiro e atroz, é muito ruim para a saúde.”
Século XX
Você já notou que hoje relegamos para algum canto discreto o que nossos pais não hesitavam em exibir abertamente?
Por isso mesmo, certa peça íntima de mobiliário tinha um lugar de honra... ninguém pensava em ocultá-la da vista.
O mesmo se aplica a outra peça de mobília não mais encontrada em residências modernas, cujo desaparecimento alguém lamentará talvez nesta era de ‘bacilofobia’: estou me referindo à esccarradeira.”
(Adaptado de ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editora, 1994. p-p. 147-158)
Considerando o texto acima assinale a alternativa CORRETA: