Origem da filosofia
Por que o homem se põe a filosofar? Poucas vezes em que esta questão foi formulada de modo suficiente, Aristóteles a abordou de tal maneira que exerceu sua influência decisiva sobre todo o processo ulterior da filosofia. O início de sua Metafísica é uma resposta a essa pergunta: Todos os homens tendem por natureza a saber. A razão do desejo de conhecer do homem é, para Aristóteles, nada menos que sua natureza. E a natureza é a substância de uma coisa, aquilo em que realmente consiste; portanto, o homem aparece definido pelo saber; é sua própria essência que move o homem a conhecer. E aqui voltamos a encontrar uma implicação mais clara entre saber e vida, cujo sentido irá se tornando mais diáfano e transparente ao longo deste livro. Mas Aristóteles diz algo mais. Um pouco adiante escreve: Pelo assombro começaram os homens, agora e num princípio, a filosofar, assombrando-se primeiro com as coisas estranhas que tinham mais à mão, e depois, ao avançar assim pouco a pouco, indagando-se sobre as coisas mais sérias tais como os movimentos da Lua, do Sol e dos astros e a geração do todo. Temos, pois, como raiz mais concreta do filosofar uma atitude humana que é o assombro. O homem estranha as coisas próximas, e depois a totalidade de tudo o que existe.”
(In: MARÍAS, Julián, História da Filosofia, São Paulo: Martins Fontes, 2004).
Com relação ao surgimento da filosofia, o que é INCORRETO afirmar?