
Oskar Kokoschka (1886 – 1980). Autorretrato de um artista degenerado, 1937, óleo sobre tela, 110 cm × 85 cm. Scottish National Gallery of Modern Art, Edinburg.
Em 19 de julho de 1937, foi aberta na cidade de Munique, na Alemanha, a exposição que marca o ápice da campanha pública do regime nazista contra a arte moderna: a mostra internacional Arte Degenerada. Organizada pelo presidente da Câmara de Artes Plásticas do Reich, Adolf Ziegler, a exposição reuniu cerca de 650 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e livros, provenientes de acervos de 32 museus alemães, consideradas artisticamente indesejáveis e moralmente prejudiciais ao povo pelo governo de Adolf Hitler. Os nazistas classificavam como “degenerada” (entartet) toda manifestação artística que insultasse o espírito alemão, mutilasse ou destruísse as formas naturais ou apresentasse, de modo evidente, “falhas” de habilidade artístico-artesanal. Em termos visuais, é degenerada toda obra de arte que foge aos padrões clássicos de beleza e representação naturalista, em que são valorizados a perfeição, a harmonia e o equilíbrio das figuras. Nesse sentido, a arte moderna, com sua liberdade formal de cunho fundamentalmente antinaturalista, é considerada em sua essência “degenerada”.
Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br. Acesso em: 6 nov. 2018 (adaptado).
A referida mostra incluía oito obras do artista austríaco Oskar Kokoschka, que integrou a vanguarda do expressionismo germânico no início do século XX. Após essa mostra, esse artista pintou seu autorretrato, obra que intitulou de Autorretrato de um artista degenerado. Com isso, ele demonstrou que