Questão
Centro Universitário São Lucas - CSL
2017
Fase Única
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Oswaldo Cruz: tudo pela saúde

Em 1902, quando o paulista Francisco de Paula Rodrigues Alves tomou posse como presidente dos Estados Unidos do Brasil, a capital do país, o Rio de Janeiro, não era propriamente uma cidade maravilhosa. As ruas sem calçamento, os cortiços, os esgotos lançados a céu aberto, as poças de água estagnada cheias de insetos tudo isso castigava os 700 mil cariocas com surtos epidêmicos de peste bubônica, varíola e febre amarela. Só a febre mataria naquele ano quase mil pessoas. Não surpreende, portanto, ____ logo ao se instalar no Palácio do Catete, sede do governo, Rodrigues Alves partisse para cumprir a principal meta ____ se fixara: a reforma sanitária e urbana da cidade.

Para cuidar da reurbanização, Rodrigues Alves nomeou prefeito o engenheiro Pereira Passos. Para cuidar da reforma sanitária, seu ministro do Interior, J. J. Seabra, indicou-lhe um certo Oswaldo Cruz. “Mas quem é esse Oswaldo Cruz?”, perguntou o presidente. Nem Seabra, porém, o conhecia pessoalmente. O nome fora recomendado pelo médico particular do ministro, Egídio de Sales Guerra, ____ sabia do trabalho como bacteriologista de Oswaldo Gonçalves Cruz, um jovem colega de 30 anos, que dirigia o Instituto Soroterápico do Rio de Janeiro. Primeiro brasileiro a estudar no Instituto Pasteur, em Paris, especializou-se em Microbiologia, sua paixão ____, apenas aos 15 anos, entrara no curso de Medicina da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro, em 1988, o Instituto Pasteur associava teorias e prática a fim de resolver problemas de saúde, produzindo as vacinas para prevenir doenças, como a raiva, por exemplo.

No fim do século XIX, ao se descobrir que certas moléstias eram causadas por micro-organismos, as atenções dos pesquisadores se voltaram para a Bacteriologia. Quando Oswaldo Cruz chegou ao Pasteur tomou contato com as novas técnicas de produção de soros e vacinas daí especializou-se em soroterapia. A dedicação ao trabalho não impedia o pesquisador brasileiro de aprender em Paris a apreciar as artes, como os poemas de Charles Baudelaire, o célebre autor de As flores do mal.

Ao fim de três anos regressou ao Rio disposto a aplicar ____ aprendera. Com apenas 27 anos e os cabelos prematuramente grisalhos, instalou o primeiro laboratório de análises clínicas da cidade. Meses depois, em outubro de 1899, irrompeu no porto de Santos um surto de peste bubônica, doença transmitida pela picada das pulgas de ratos infectados. Em dezembro, a peste chegou a São Paulo. Em janeiro, ao Rio. Era preciso fabricar no Brasil o soro e a vacina contra a doença importados da Europa com dificuldade.

O barão de Pedro Afonso, diretor do Instituto Vacínico, pediu ao bacteriologista Émile Roux (1853 – 1933), diretor do Instituto Pasteur, que lhe mandasse de Paris um especialista capaz de levar o trabalho adiante. Para surpresa do barão, Roux, o descobridor do soro antidiftérico, respondeu que o melhor especialista já estava no Brasil, era Oswaldo Cruz. Em julho de 1900, em duas casinhas de uma fazenda da prefeitura em Manguinhos, na zona norte do Rio, começava a funcionar o Instituto Soroterápico. Meio ano depois já se produziam ali o soro e a vacina contra a peste. Era um grupo restrito de pesquisadores, entre eles o estudante de Medicina Ezequiel Dias, indicado por um amigo de Oswaldo Cruz.

“O senhor conhece alguma coisa de Bacteriologia?”, perguntou-lhe o cientista. Ezequiel, embora precisasse muito do emprego, respondeu que não. Oswaldo Cruz sorriu: “Pois está muito bem. Essa é uma das condições que exijo”. Tempos depois, explicaria por quê: “É muito simples. Se você soubesse alguma coisa da matéria, devia ser muito pouco, o que só serviria para torná-lo presunçoso e dificultar seu aprendizado. Eu prefiro certos ignorantes”.

(Por Maria Inês Zanchetta. Disponível em: http://super.abril.com.br/comportamento/oswaldo-cruz-tudo-pela-saude. Acesso em: setembro de 2016. fragmento)

Releia o trecho a seguir: “No fim do século XIX, ao se descobrir que certas moléstias eram causadas por micro-organismos, as atenções dos pesquisadores se voltaram para a Bacteriologia. Quando Oswaldo Cruz chegou ao Pasteur tomou contato com as novas técnicas de produção de soros e vacinas daí especializou-se em soroterapia. A dedicação ao trabalho não impedia o pesquisador brasileiro de aprender em Paris a apreciar as artes, como os poemas de Charles Baudelaire, o célebre autor de As flores do mal.” (3º§) Em relação às expressões destacadas que iniciam e finalizam o 3º parágrafo e estão separadas por vírgulas, tendo em vista a função sintática, pode-se afirmar que
A
possuem a mesma classificação.
B
desempenham na oração uma função secundária.
C
exercem funções diferentes tendo como referente o mesmo termo da oração.
D
a primeira indica um período indeterminado; a segunda, predicativo do sujeito.