PROFISSÃO DE FÉ
Olavo Bilac
(...)
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:
E que o lavor do verso, acaso,
Por tão sutil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.
E horas sem conto passo, mudo,
O olhar atento,
A trabalhar, longe de tudo
O pensamento.
Porque o escrever tanta perícia,
Tanta requer,
Que ofício tal...nem há notícia
De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!
(...)
Olavo Bilac encarnou brilhantemente o verso e o reverso de nosso Parnasianismo. Mais ainda: ao aderir à nova corrente poética, não só cuidou de materializá-la em suas composições, como também