(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
A) Você encontrará três situações sobre assuntos diferentes para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha aquela com que você tenha maior afinidade ou a que trata de assunto sobre o qual você tenha maior conhecimento.
B) Após a escolha de um dos temas propostos, assinale sua opção no alto da folha de resposta.
C) Dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar. Escreva o título no lugar apropriado na folha de prova.
D) Utilize trechos dos textos motivadores, parafraseando-os.
E) Se optar pelo resumo, dê um título ao seu texto; caso escolha a carta argumentativa ou a carta pessoal, obedeça às normas desses gêneros.
F) Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.
G) Não escreva seu nome na folha de resposta. Se sua opção for por uma das cartas, coloque apenas um traço no local de assinatura.
H) Se você não seguir as instruções da orientação geral e as relativas ao tema que escolheu, sua redação será penalizada.
SITUAÇÃO A
Leia atentamente os textos abaixo.
Isabela Boscov

PARECE VIRTUAL, É REAL
Neytiri, do planeta Pandora: ela é azul e tem 3 metros de altura, mas reproduz em tudo a atuação da atriz Zoe Saldana.
Certa vez, alguém perguntou a Cecil B. DeMille: “Se o senhor fosse Deus...”. “Como assim, se eu fosse?”, interrompeu DeMille. O diretor de Os Dez Mandamentos era um megalomaníaco famoso, mas nem de longe o único em sua categoria. Quase todo cineasta, confesse ou não, tem um complexo de Deus. Os que criam pequenos mundos e decidem o destino de pequenos personagens o têm. Os que criam grandes mundos e os povoam, batizam suas criaturas e dão a elas uma história costumam achar que não se trata de complexo, mas de fato objetivo. Entre esses, James Cameron é o deus dos deuses – por determinação própria e também porque é o recordista aparentemente imbatível de bilheteria (1,8 bilhão de dólares por Titanic), e em Hollywood isso basta para autenticar a natureza divina. Cameron, porém, é um Deus de Velho Testamento, colérico e implacável, e ainda mais duro que o original, já que não quer saber de descansar no sétimo dia nem deixar que os outros descansem. Há quatro anos, ele comanda com raios e vaticínios – além da promessa de vida eterna nos créditos de um filme seu – uma equipe gigantesca, na missão de criar mais um mundo: o mundo luxuriante e vertiginosamente tridimensional de Avatar (Estados Unidos, 2009), que estreou no Brasil no dia 18 de dezembro.
Em Avatar, um fuzileiro naval paraplégico, Jake Sully (Sam Worthington), é enviado ao planeta Pandora para uma missão especial: seu código genético será combinado ao dos habitantes locais, os Na’vi. O ar de Pandora é tóxico para o organismo humano. Mas, realocado nesse corpo híbrido, Jake poderá explorar livremente – e discretamente – o território. A colônia de terráqueos instalada ali quer garimpar as reservas de um minério valioso, e os Na’vi, que eles consideram um povo primitivo, estão em seu caminho. Porém, mal se vê livre para andar pelas florestas fantasmagóricas de Pandora em seu corpo de 3 metros de altura, pele azulada e luminescente e feições felinas – o aspecto dos Na’vi –, Jake se apaixona por uma nativa, Neytiri (Zoe Saldana), e começa a se enamorar do inimigo. Todos os traços comuns à obra de Cameron confluem aqui: a paixão por personagens femininas fortes; a história de amor meio kitsch, mas sincera; e a compreensão superlativa da relação conflituosa que o homem desfruta com o mundo físico e com a tecnologia que cria para mediar esse relacionamento. Acima de tudo, Avatar põe em relevo, mais ainda do que O Exterminador do Futuro, O Segredo do Abismo ou Titanic – todos paradigmas de pioneirismo e também de mania de grandeza –, o espírito irrefreável de desafio com que o diretor se joga em seus projetos.
Segundo seu próprio criador, Avatar é o que de mais complicado já se tentou fazer no cinema. Desconte-se a queda de Cameron para o exagero e a afirmação continua valendo. Várias das tecnologias empregadas pelo diretor foram concebidas especialmente para o filme, como o monitor virtual, que lhe conferiu liberdade de ação inimaginável. Todo o empuxo de Cameron tinha uma única finalidade: propiciar ao espectador uma experiência de imersão total em um filme em 3D. Segundo a revista VEJA, essa imersão é de fato de uma profundidade sem precedentes – algo como ser lançado em um mundo novo tão palpável que se tem a ilusão de ter memórias dele. Com esse filme, Cameron acaba de provar de novo que o impossível não existe. Particularmente quando se é – ou pelo menos se acredita ser – uma espécie de deus.
Disponível em: < http://veja.abril.com.br/161209/admiravel-mundo-novo-p-196.shtml >. Acesso em 20 dez. 2009. (Texto adaptado)
Linguista inventou dialeto falado por personagens de “Avatar”
Em Pandora, o planeta imaginado por James Cameron para sua nova superprodução “Avatar”, as tribos nativas falam Na’Vi, um idioma elaborado a partir de inúmeras línguas, como acontece com os dialetos ficcionais dos elfos de “O Senhor dos Anéis” ou dos klingons, os alienígenas bélicos da saga “Star Trek”.
O Na’Vi é uma nova linguagem composta por sons guturais e conjugações esotéricas através da qual se comunicam os seres de pele azul que habitam a exuberante e espetacular selva tropical de Pandora. Esta linguagem foi imaginada e elaborada pelo linguista Paul Frommer, professor da Universidade da Califórnia.
Para inventar o Na’Vi, além dos dialetos elfo e klingon, o linguista se inspirou no esperanto, o idioma criado no século 19 com o objetivo de facilitar a comunicação internacional. “Mas não parti do zero, porque o James Cameron chegou com umas trinta palavras já inventadas”, declarou Paul Frommer. “Na verdade, a palavra Na’Vi foi inventada por ele”, contou.
O linguista explica que optou por sons produzidos com a língua ou os lábios, sem a ajuda dos pulmões, como no dialeto sul-africano Xhosa. Frommer, que trabalhou muitos anos em sua criação, assistiu às filmagens de “Avatar” para orientar os atores na pronúncia e ajudá-los a inventar novas palavras no caso de necessidade. “As pessoas encarregadas de fazer a dublagem do filme em diferentes idiomas têm de aprender o Na’Vi. Por isso, preparei um kit de aprendizagem que será distribuído no mercado internacional”, contou Frommer.
O professor espera que seu idioma tenha tanto sucesso quanto o klingon de “Star Trek”, inventado por outro linguista da Califórnia: “se o Na’Vi tomar o mesmo caminho do idioma klingon, será fantástico”.
De fato, o klingon faz tanto sucesso entre os apreciadores da série que existem até traduções da Bíblia, de “Hamlet”, de Shakespeare, e de “A Arte da Guerra”, de Sun Tzu, nesse idioma ficcional. E também existe um instituto de ensino de klingon, idioma que, inclusive, permite fazer buscas no Google.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u669031.shtml>. Acesso em 20 dezembro de 2009.
Considerando as informações apresentadas nos dois textos, produza um resumo.
ATENÇÃO
O resumo deve:
- apresentar as ideias principais e secundárias dos textos motivadores;
- formar um texto coeso e coerente;
- apresentar ordenação lógica;
- apresentar fidelidade às ideias expostas nos textos motivadores.
SITUAÇÃO B
Leia atentamente os textos abaixo.
No início era...
...um ponto minúsculo que concentrava toda a energia do cosmo. Tentar entender como daí nasceu o universo levou a humanidade à sua mais extraordinária aventura intelectual, que chega ao ápice neste ano.
Rafael Corrêa
Como era o universo antes da súbita expansão inicial, o Big Bang? Nenhum cientista sabe e talvez nunca venha a saber. O que ocorreu para que uma semente de energia estável menor que um próton, um dos componentes do átomo, entrasse em furioso desequilíbrio e passasse a ocupar com jorros de partículas, em poucos minutos, uma região de trilhões de quilômetros? A ciência está a um passo de comprovar na prática os modelos teóricos que mostram como era o universo nas primeiras frações de segundo depois do Big Bang. O que segue nas páginas desta reportagem especial é um resumo ilustrado do que já se sabe a respeito do universo e da investida mais ousada da ciência no campo da cosmogênese – a ser feita em uma “máquina de brincar de Deus”, o LHC (sigla em inglês para Large Hadron Collider), instalado em Genebra, na Suíça. Os cientistas querem encontrar o bóson de Higgs, partícula fundamental que, em tese, dotou todas as outras de massa logo depois do Big Bang. Nessa missão, a ciência testa seus limites e vê-se obrigada a equilibrar-se para não resvalar em noções religiosas como o infinito e o eterno.
Do Big Bang à nossa casa...
...foi a sorte grande. Caso o ritmo de expansão depois do Big Bang fosse uma fração de milésimo de segundo mais lento, nosso planeta, a Terra, teria se cozinhado nas vizinhanças do Sol e hoje seria apenas uma pedra tórrida circulando o astro. Uma fração de segundo a mais e nossa casa não seria nossa casa, pois a Terra poderia estar muito além de Netuno, o mais longínquo e gelado dos planetas, sem possibilidade de vida. Que forças calibraram o ritmo de expansão do Big Bang para que a Terra se acomodasse justamente na terceira órbita desse Sol generoso e estável? Ninguém sabe ao certo. Mas a ciência, com a ajuda do LHC, explicará pelo menos como surgiram os primeiros átomos e, a partir deles, as estrelas, galáxias e planetas como este tão hospitaleiro e frágil que é a nossa casa.
A rocha ganha vida...
...depois de bilhões de anos inóspita, cortada por tempestades elétricas esterilizantes e com uma atmosfera venenosa. Aos poucos a Terra começa a se transformar em um ambiente propício ao surgimento, à manutenção e à reprodução de formas orgânicas. De moléculas cada vez mais complexas surge o primeiro ser unicelular capaz de fazer uma cópia idêntica de si mesmo, de se reproduzir. Isso é vida. E vida sustenta mais vida. Logo as bactérias se espalharam pelo planeta. Até que, há mais de 500 milhões de anos, um fenômeno tão poderoso e misterioso quanto o Big Bang deixou seus registros fósseis. Examinados hoje, eles revelam uma súbita expansão da diversidade e da complexidade nas formas primitivas de vida. Foi a Explosão Cambriana, retratada artisticamente nestas páginas e assim chamada por ter ocorrido naquele período geológico. Os cientistas explicam adequadamente a evolução geológica do planeta, mas não têm todas as respostas sobre essa explosão, nem mesmo sobre como das moléculas orgânicas complexas apareceu o primeiro ser vivo.
Os bípedes dominadores auscultam o céu...
...em busca de sinais de outros bípedes tão sortudos e espertos quanto eles, capazes de ter enfrentado e derrotado, em outro planeta que não a Terra, todos os perigos da caminhada evolucionária e criado um aparelho de rádio qualquer que possa emitir ondas eletromagnéticas. Essa estrutura gigantesca incrustada no meio da floresta tropical de Porto Rico é o mais formidável esforço tecnológico do bípede esperto de cérebro grande e complexo, que batizou a si mesmo de Homo sapiens, para tentar achar sinais de vida humana inteligente no espaço. Esse é o maior radiotelescópio do mundo. Estamos sós no universo? Se tem boas respostas para o que ocorreu frações de segundo depois do Big Bang e começa a entender a origem da vida, o esperto bípede dominador da Terra pode apenas conjeturar sobre a inteligência alienígena – nada mais.
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/250608/p_076.shtml>. Acesso em 20 dez. 2009.

Com base nos textos apresentados, redija uma carta argumentativa a Rafael Corrêa, afirmando que não estamos sós no universo.
ATENÇÃO
A carta argumentativa deve:
- apresentar estrutura argumentativa completa;
- obedecer à estrutura formal da carta;
- ser redigida na norma urbana de prestígio.
SITUAÇÃO C
Leia atentamente os textos abaixo.
Escrevendo e-mail para ET
Cientistas especulam sobre como mandar uma mensagem inteligível por alienígenas: matemática simples, música ou imagens?
Praticamente tudo que foi feito em termos de busca por inteligência extraterrestre até hoje envolveu “escutar” potenciais sinais oriundos de outras estrelas. Mas não existe nenhum programa ativo que esteja no negócio de efetivamente “telefonar” para as outras estrelas, mandando mensagens aos alienígenas. Isso, basicamente, por duas razões: primeiro, no fundo, no fundo, dá um medinho de mandar recados para um pessoal que a gente nem sabe quem é. E segundo, talvez mais importante, porque ninguém sabe o que dizer a eles.
Afinal, como projetar uma mensagem que seja compreensível aos ETs? O desafio aqui é criar uma mensagem que seja tão absurdamente compreensível que qualquer civilização com a capacidade de receber o sinal – ou seja, que tenha a tecnologia de radiotelescópios – possa entendê-lo sem grande dificuldade. Não importa se ETs têm dois dedos em cada uma das 8 mãos, ou não têm olhos e possuem 4 ouvidos – qualquer que seja a referência, eles precisam entender a mensagem.
Bem, os matemáticos costumam se vangloriar de que seu campo de estudo é a mais pura abstração. A turma que caça ETs parece concordar com eles nesse ponto – a matemática é tão abstrata, mas tão abstrata, que parece independente das qualidades individuais da criatura que está trabalhando com ela. Por isso, ela é tida como a rota mais simples e garantida para escrever uma mensagem para os alienígenas. O famoso astrônomo americano Carl Sagan retratou isso muito bem em seu romance (depois transformado em filme) Contato. Naquela história, para que os terráqueos soubessem que se tratava de uma transmissão artificial, os ETs transmitiam uma sequência de números primos – somente criaturas inteligentes com conhecimento matemático poderiam reconhecer a lógica por trás daquilo.
Tá, até aí, tudo bem. Deixar claro que se trata de um sinal artificial nem é tão difícil. Mas como comunicar algo que seja realmente significativo? O desafio se torna mais complexo à medida que os cientistas tentam colocar a mão na massa para bolar como seria uma mensagem assim. Isso porque, quanto mais informação você tenta introduzir, mais você exige que o ET tenha de adivinhar o que você quer dizer. Uma demonstração eloquente disso é um trabalho feito sob a batuta do próprio Carl Sagan – os discos que as sondas Voyager 1 e 2, despachadas para fora do sistema solar, carregam. O chamado Golden Record, reproduzido nas duas espaçonaves, é um disco com gravações que contêm várias imagens da Terra, amostras de música (de Beethoven a Beatles) e saudações em muitas línguas humanas (inlusive o bom e velho português).
Beleza. Mas como explicar aos ETs que por ventura encontrem as sondas como ler as gravações? Dê uma olhada no “manual de instruções” na capa do Golden Record e veja se está fácil. Há também quem sugira que a obra de ficção que chegou mais perto de adivinhar a melhor maneira de se comunicar com alienígenas não foi Contato, mas sim Contatos Imediatos de Terceiro Grau. No clássico filme de disco voador de Steven Spielberg, a troca de “apertos de mão” entre humanos e alienígenas se dá por meio de sequências de notas musicais. Seth Shostak, astrônomo do Instituto Seti, nos EUA, sugere que a música pode ser um ótimo caminho para uma mensagem. Além de ser essencialmente matemática, trata-se de uma forma de comunicação que pode revelar desde capacidades sensoriais (auditivas) de uma espécie até alguma noção de cultura e senso estético.
Ele está certo? Sabe-se lá. Até agora, de todas as mensagens elaboradas pelos cientistas – algumas delas chegaram a ser enviadas por radiotelescópio, outras estão em espaçonaves -, nenhuma chegou a ter seu recebimento confirmado por outra civilização. Se alguém recebeu, não mandou uma resposta.
Superinteressante, edição 270-A, outubro de 2009, p. 52 e 53.
Enviamos nossos sinais?

De uma maneira não intencional, o homem tem emitido continuamente, há mais de 50 anos, sinais capazes de ser detectados fora do sistema solar, tais como ondas eletromagnéticas produzidas por transmissões de alta freqüência de rádio, televisão e radares.
Calcula-se que as nossas primeiras transmissões de televisão já devem ter alcançado mais de 100 estrelas. Uma civilização inteligente que detectar esses sinais, mesmo não decodificando-os, será capaz de obter muitas informações sobre nosso planeta e a humanidade, como períodos de revoluções e distribuição do homem sobre a superfície da Terra. Os cientistas em geral não têm muito interesse em enviar sinais codificados para o espaço, esperando retorno, devido ao grande tempo que demorariam para receber tal retorno. A resposta a um “Oi” que déssemos para uma estrela que se encontra a 100 anos-luz de nós (um ano luz é a distância que a luz percorre em um ano, equivalente a 9,5 trilhões de quilômetros) demoraria 200 anos, por exemplo, para chegar.
Têm sido enviados pouquíssimos sinais codificados para o espaço, sem obedecer a nenhum programa ou estratégia; de uma maneira quase simbólica. Em 1974, foi transmitida uma mensagem do Observatório de Arecibo, em Porto Rico. Essa mensagem é uma codificação simples de uma figura descrevendo o sistema solar, os componentes importantes para a vida, a estrutura do DNA e a forma humana. Essa mensagem foi transmitida na direção do aglomerado globular de estrelas M13, que se encontra a 25.000 anos-luz da Terra.
http://www.observatorio.ufmg.br/pas05.htm
Com base nos textos acima, redija uma carta a um(a) amigo(a), sugerindo-lhe formas de como se comunicar com os ETs.
ATENÇÃO
A carta pessoal deve:
- apresentar remetente determinado;
- obedecer à estrutura formal da carta;
- apresentar assunto/informação.