(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

Leia os textos e faça o que se pede.
Texto I

(Disponível em: goo.gl/KX54Bs. Acesso em: 08 fev. 2017)
Texto II
Conceição Evaristo nasceu numa favela da zona sul de Belo Horizonte. Teve que conciliar os estudos com o trabalho como empregada doméstica, até concluir o curso Normal, em 1971, já aos 25 anos. Mudou-se então para o Rio de Janeiro, onde passou num concurso público para o magistério e estudou Letras na UFRJ. Na década de 1980, entrou em contato com o Grupo Quilombhoje. Estreou na literatura em 1990, com obras publicadas na série Cadernos Negros, publicada pela organização. É Mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, e Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Suas obras, em especial o romance Ponciá Vicêncio, de 2003, abordam temas como a discriminação racial, de gênero e de classe. A obra foi traduzida para o inglês e publicada nos Estados Unidos em 2007.
EVARISTO, Conceição. Olhos d ‘ água. Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca Nacional, 2016.
Texto III
“Nos últimos tempos na favela, os tiroteios aconteciam com frequência e a qualquer hora. Os componentes dos grupos rivais brigavam para garantir seus espaços e freguesias. Havia ainda um confronto constante com os policiais que invadiam a área. O irmão de Zaíta liderava o grupo mais novo, entretanto, o mais armado. A área perto de sua casa ele queria só para si. O barulho seco de balas se misturava a algazarra infantil. As crianças obedeciam à recomendação de não brincarem longe de casa, mas às vezes se distraíam. E, então, não experimentavam somente as balas adocicadas, suaves, que derretiam na boca, mas ainda aquelas que lhes dissolviam a vida.”
EVARISTO, Conceição. Zaíta esqueceu de guardar os brinquedos. In: EVARISTO, Conceição. Olhos d’água. Rio de Janeiro: Pallas: Fundação Biblioteca Nacional, 2016, p.76.
Texto IV
“10 de maio Fui na delegacia e falei com o tenente. Que homem amavel! Se eu soubesse que ele era tão amavel, eu teria ido na delegacia na primeira intimação. (...) O tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se util a patria e ao país. Pensei: Se ele sabe disto, porque não faz um relatorio e envia para os politicos? O senhor Janio Quadros, o Kubstchek e o Dr. Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades.
... O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora.
Quem passa fome aprende a pensar no proximo, e nas crianças.”
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. 10ª ed. São Paulo: Ática, 2014, p. 29.
Texto V
“As oito e meia da noite eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mescla com o barro podre. Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de viludos, almofadas de sitim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.”
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo: Diário de uma favelada. 10ª ed. São Paulo: Ática, 2014, p. 37.
A partir da leitura dos textos motivadores, redija uma ENTREVISTA com Conceição Evaristo para ser publicada no site do CAp-COLUNI, abordando as semelhanças e as diferenças entre as favelas do passado e as atuais. Para tanto, faça uma breve apresentação da referida autora e elabore, no mínimo, três perguntas com suas respectivas respostas.
Seu texto deve ter entre 25 e 30 linhas.