(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

Quais os efeitos da superexposição na internet e do uso intenso das redes sociais?
TEXTO I
"Gratiluz." "Apenas boas energias." Nas redes sociais, essas frases se tornaram as hashtags que dão a tônica da vida que muita gente leva ou quer levar fora do Instagram e do Facebook, livre dos maus sentimentos e de "gente que não soma". A busca por uma existência com os melhores sorrisos e fotos bonitas. De repente, expressar irritação, nervoso ou aborrecimento não rende likes nem pega bem na mesa do bar. É nesse limite que o "namastê" pode se tornar "namastreta": uma onda que prega libertação das sensações ruins mas nos torna, pouco a pouco, menos empáticos. Positividade tóxica é um termo que também se popularizou nas redes sociais e que, de acordo com especialistas, faz sentido em um mundo que se esquece que a vida é feita de altos e baixos. "Olhar para o lado positivo de uma situação é uma ideia que tem se difundido na internet e, em certos momentos, acaba se tornando um extremo. Ser positivo não é ignorar os problemas que existem, mas sim conseguir vislumbrar, mesmo em situações complicadas, saídas melhores e conseguir observar aquela situação a partir de outras perspectivas. Não é lidar apenas e exclusivamente com as coisas positivas do mundo, porque a vida não é assim", fala Yuri Busin, psicólogo especializado em terapia cognitivo. "O ponto-chave é saber lidar com as oscilações da vida.".
(Disponível em <https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/09/06/positividade-toxica-querer-apenas-boas-energias-podeser-namastreta.htm> Acesso em 11 set. 2020)
TEXTO II
No contexto da pandemia da COVID-19, o fenômeno denominado “infodemia” tem se destacado. O termo se refere a “um grande aumento no volume de informações associadas a um assunto específico, que podem se multiplicar exponencialmente em pouco tempo devido a um evento específico, como a pandemia atual. Nessa situação, surgem rumores e desinformação, além da manipulação de informações com intenção duvidosa. Na era da informação, esse fenômeno é amplificado pelas redes sociais e se alastra mais rapidamente, como um vírus”.
O excesso de informações, muitas vezes conflitantes, torna difícil encontrar aquelas que são verdadeiramente úteis para orientar as pessoas, e pode dificultar a tomada de decisão por gestores e profissionais da saúde, especialmente quando não há tempo hábil para avaliar as evidências disponíveis. Ademais, o constante bombardeio de informações que alcança as pessoas por diversos meios e mídias (como televisão, rádio, computador, tablets, smartphones, jornais impressos ou eletrônicos, blogs, mídias sociais, aplicativos de conversas) acaba por sobrecarregá-las.3 Com isso, muitas vezes, as pessoas se tornam ansiosas, deprimidas, ou até mesmo exauridas e incapazes de responder às demandas que se apresentam.
A divulgação de informações claras, consistentes e baseadas em evidências é fundamental para o enfrentamento à pandemia. Contudo, nas mídias sociais, qualquer pessoa pode manifestar ideias ou compartilhar notícias, muitas vezes sem embasamento científico ou fonte confiável, nem qualquer controle sobre o conteúdo. Só recentemente, proprietários e responsáveis por grandes plataformas de mídia social começaram a privilegiar fontes oficiais de informações sobre a pandemia e a bloquear conteúdo inadequado.
(Disponível em <https://scielosp.org/article/ress/2020.v29n4/e2020186/pt/> Acesso em 23 out. 2020)
TEXTO III

(Disponível em <https://blogs.correiobraziliense.com.br/aricunha/fake-news-jornais-sao-mais-seguros-que-internet/> Acesso em 23 out. 2020)
TEXTO IV
Com a chegada das tecnologias da informação e, em particular, das redes sociais, o narcisismo digital proliferou. É um conjunto de práticas de comunicação típicas do universo 2.0, baseado em um egocentrismo tão acentuado que faz fronteira com o patológico.
O narcisismo digital é expresso por meio de uma série de ações “extremas”, como tirar um grande número de selfies ou compartilhar momentos, que poderíamos classificar como muito íntimos, de suas vidas, praticamente todos os dias.
Compartilhar – ou melhor, compartilhar excessivamente – é o modo que esses narcisistas digitais têm de estar no mundo, torna-se um gesto instantâneo, impensável, uma extensão natural de si mesmo. Ensinar – às vezes de maneira espetacular, e quanto mais espetacular, melhor – tornou-se a principal forma de existir: elas só existem se puderem ser vistas e reconhecidas.
O psiquiatra Serge Tisseron referiu-se a esse fenômeno como “extimidade”, conceito que emprestou de Jacques Lacan e que indica o “desejo de mostrar fragmentos de sua privacidade a partir dos quais ignoramos o valor, com o risco de causar desinteresse ou mesmo rejeição”. nos interlocutores, mas com a esperança de que o olhar deles reconheça o seu valor e o torne realidade diante dos nossos olhos “.
Portanto, a extinção on-line tem um propósito específico: buscar aprovação e admiração, que é expressa através da quantidade de “curtidas” que você obtém para cada foto e os elogios que confirmam a imagem e a ideia que você quer transmitir de si mesmo.
Isso cria um loop que se autoalimenta, especialmente quando recebem respostas positivas, confirmando a teoria de usos e gratificações, que diz que quanto mais uma pessoa percebe que um meio satisfaz algumas de suas necessidades, mais ele a usará precisamente para esse fim, especialmente se essa pessoa acredita que não é capaz de satisfazer essas necessidades no mundo real da mesma maneira.
(Disponível em <https://antigo.culturaerealidade.com.br/noticia/era-do-narcisismo-digital-o-que-e-isso-5796.html> Acesso em 23 out.2020)