De acordo com dados da Serasa — empresa que fornece informações sobre consumidores inadimplentes —, a quantidade de brasileiros com dívidas atrasadas era de 61,4 milhões ao fim de 2020. Aprender a gastar menos nunca foi tão necessário. Mas como ensinar sobre inflação e investimentos em um país onde mais de 40% da população adulta tem algum tipo de dificuldade financeira? Para especialistas, a solução é oferecer educação financeira nas escolas.

Segundo o último relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o Brasil ficou em 17o lugar em um ranking que mede a competência financeira de alunos em 20 países. De acordo com o relatório, existe uma disparidade profunda em todos os países analisados: estudantes com condições socioeconômicas melhores revelaram ter mais conhecimento sobre finanças pessoais. O levantamento mostra, ainda, que a escola não é considerada a principal fonte de informação sobre educação financeira. À semelhança de outros países, 90% dos adolescentes brasileiros aprendem sobre dinheiro em casa. Na lista que avalia a exposição dos alunos ao assunto nas escolas, o Brasil está na 13ª posição.

(Danielly Oliveira. “Educação financeira nas escolas: o desafio de ensinar sobre dinheiro no Brasil”. https://desafiosdaeducacao.grupoa.com.br, 21.07.2021. Adaptado.)

A pesquisa “Finanças Infantis”, realizada pela Serasa, revelou que 85% dos pais ensinam em casa a importância de se ter uma vida financeira saudável. O estudo feito em parceria com a empresa de tecnologia Opinion Box entrevistou mais de 1 200 pais e mães em todo o Brasil e avaliou como o tema é abordado nas conversas das famílias e de que forma esses ensinamentos são colocados em prática. “Com o acesso à internet e a diversos conteúdos gratuitos disponibilizados, percebemos que os pais se sentem mais confortáveis para conversar sobre o tema, o que nos mostra que o antigo tabu de falar sobre dinheiro vem perdendo força”, explica Nathalia Dirani, gerente de marketing da Serasa.

Apesar de o tema ganhar relevância no cotidiano das famílias, a teoria nem sempre vira prática entre os pais e responsáveis: 67% disseram ter ficado com o nome sujo em algum momento da vida e 66% atrasaram o pagamento de contas básicas. Uma amostra de que manter o planejamento financeiro exige esforço e conhecimento desde cedo.

(“Educação Financeira em casa: 85% dos pais e mães falam sobre o tema com os filhos”. https://valorinveste.globo.com, 13.10.2021. Adaptado.)

O Governo Federal lançou, por meio do Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Programa Educação Financeira nas Escolas. O programa tem o objetivo de oferecer aos professores cursos gratuitos de formação em educação financeira, para que o tema esteja presente nas salas de aula. A expectativa inicial é a de levar o tema a mais de 25 milhões de estudantes brasileiros.

Marcelo Barbosa, presidente da CVM, afirmou que a educação financeira tem reflexo no bem-estar das famílias: “Os programas de educação financeira podem influir decisivamente na formação de comportamentos poupadores”.

(Ministério da Educação. “MEC lança Programa Educação Financeira nas Escolas”. www.gov.br, 17.08.2021. Adaptado.)

O Instituto XP anunciou uma parceria com a Associação Nova Escola para capacitar professores da rede pública brasileira em educação financeira. Segundo comunicado, o objetivo é impactar ao menos 500 mil professores com os conteúdos inseridos nas plataformas da Nova Escola, que vão de planos de aulas a aulas ao vivo para educadores sobre como tratar do tema com os alunos. Atualmente, o Brasil possui 2,2 milhões de professores.

Uma pesquisa feita pela Nova Escola mostrou que apenas 21,1% dos educadores dizem ter preparo bom ou muito bom para lecionar sobre educação financeira, embora o tema seja hoje obrigatório na grade curricular do país. Para 42,3% dos professores entrevistados, o conhecimento que possuem é considerado razoável e para 36,6%, ruim ou muito ruim.

(“Instituto XP e Nova Escola fazem parceria para levar educação financeira a professores e alunos da rede pública”. www.infomoney.com.br, 06.08.2021. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: