(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
Texto I
Como as emoções nas redes sociais nos manipulam e polarizam
É uma boa ideia contar até 10 antes de tuitar
Quando um tuíte contém um termo emocional e moral, é mais provável que seja retuitado.
JAIME RUBIO HANCOCK
24 AGO 2019 - 17:04 BRT
No Twitter (e nas demais redes sociais) têm mais sucesso as mensagens que apelam às nossas emoções. Um novo estudo mostra que não somente nos sentimos mais impulsionados a compartilhar esses tuítes, como além disso as palavras que se referem às emoções e à moral captam mais nossa atenção do que as neutras.
O trabalho dos psicólogos Ana P. Gantman, William J. Brady e Jay Van Bavel mostra que os termos que apelam ao que acreditamos que é bom ou ruim “são particularmente efetivos no momento de captar nossa atenção”. Isso, como escrevem em um artigo publicado na revista Scientific American, “pode ajudar a explicar a nova realidade política”.
(Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/22/tecnologia/1566480798_855818.html?rel=mas , acessado em 04.12.2019).
Texto II
“Empatia nos torna pessoas piores”, diz psicólogo norte-americano
O trabalho de décadas do psicólogo Paul Bloom, de 53 anos, e a qualidade de suas pesquisas conferiram ao professor da Universidade Yale, nos Estados Unidos, prestígio e reputação internacionais. Não é à toa que seus interlocutores recentes ficavam confusos quando Bloom contava a eles que estava escrevendo um livro sobre empatia. “Contra a empatia”, frisava. Entre risos nervosos, eles perguntavam se Bloom estava brincando. Não estava. O livro Against empathy (algo como Contra a empatia, em português) chegou às livrarias americanas em dezembro. Nele, Bloom usa seu conhecimento sobre os meandros das faculdades mentais humanas – é um defensor de que a moral é inata – para explicar por que a capacidade de sentir, ainda que hipoteticamente, a dor alheia não é uma qualidade, mas um defeito.
“A empatia é tendenciosa e nos faz tomar decisões equivocadas. Privilegiamos um em vez de 100”, disse Bloom em entrevista a ÉPOCA, durante um período sabático após o lançamento de seu livro. É a partir desse ponto de vista que ele explica por que a emoção é prejudicial ao fazer política e como líderes podem usá-la para fomentar xenofobia e guerras. O discurso do presidente recém-empossado dos Estados Unidos, Donald Trump – “fazer a América grande novamente” –, usa dessa estratégia. “Trump é muito bom em explorar a empatia alheia”, diz Bloom. Em seu livro, ele lembra que, em outras ocasiões históricas, líderes que conseguiram jogar com a empatia da população causaram atrocidades como o Holocausto. Leia e íntegra da entrevista a seguir.
Como alguém pode ser contra a empatia?
Paul Bloom – A empatia pode ter vários significados. Ela costuma ser entendida apenas como a capacidade de ser amável e gentil com as pessoas. Não sou contra ser bom. Oponho-me à ideia de que, para isso, precisamos nos colocar no lugar dos outros, sentir o que os outros sentem. Essa concepção de empatia pode até ter um bom uso: está por trás do prazer de ouvir histórias, de assistir à televisão e a filmes. Mas a ideia de que temos de nos colocar no lugar dos outros nos torna pessoas piores.
Por quê?
Bloom – Uma de minhas objeções à empatia é que ela é intrinsecamente tendenciosa. Você acha mais natural sentir empatia por alguém que se parece com você, que tem a mesma cor de pele, que é do mesmo país, alguém que é atraente. Você pode até sentir empatia por alguém de um país distante, mas é difícil. Por causa desse viés, a empatia nos faz tomar decisões equivocadas. Quando nós pensamos forade nossa empatia, quando usamos a razão, queremos ajudar quem precisa mais ou quem merece mais. Mas a empatia nos fará ajudar quem é adorável ou parecido conosco. Privilegiamos um em vez de 100.
Esse é um indício de que a empatia é ditada por critérios sociais e morais?
Bloom – Sim, em alguma medida. É mais provável sentir empatia por alguém considerado moralmente bom que moralmente ruim. Há um estudo de neurociência que mostra que a empatia é influenciada pelo que pensamos sobre a pessoa e por como julgamos a situação em que ela está. A atividade cerebral de voluntários era monitorada enquanto eles viam imagens de pessoas que estavam com dor, supostamente por ter aids. Foi dito aos participantes que parte das pessoas tinha contraído o vírus HIV pelo uso intravenoso de drogas e que outras tinham se infectado por transfusão de sangue. Os voluntários se disseram menos empáticos e mostraram menor ativação em áreas cerebrais associadas à dor, como o córtex anterior cingulado, quando viam imagens das pessoas infectadas por causa das drogas.
(Disponível em https://psibr.com.br/noticias/empatia-nos-torna-pessoas-piores-diz-psicologo-norte-americano , acessado em 10.09.2020).
Texto III
Empatia, o sentimento que pode mudar a sociedade
"A empatia é a força mais poderosamente perturbadora do mundo, só fica atrás do amor." A frase é da professora canadense Anita Nowak, que pesquisa esse sentimento
Sem empatia, sobra intolerância, bullying, violência. Sem gastar um segundo imaginando como o outro se sente, de onde vem, em qual contexto foi criado, ao que foi exposto, sem se lembrar que cada um tem sua história e sem tentar entender como é estar na pele do outro, surgem os crimes de ódio, as discussões acaloradas nas redes sociais, o fim de amizades de uma vida toda. É preciso ter empatia para aprender que não existe verdade absoluta, que tudo depende do ponto de vista.
Segundo uma pesquisa da Universidade Estadual de Michigan, nos Estados Unidos, o Brasil não é dos países mais empáticos do mundo. Sim, somos conhecidos pela alegria e pela hospitalidade, mas quando falamos em se colocar no lugar do outro e tentar entender o que ele sente, ainda estamos muito longe do ideal. O estudo analisou respostas de um questionário aplicado em 61 países, com 104 mil pessoas, que tentava medir compaixão e empatia em situações hipotéticas. O Brasil ficou em 51º na lista, atrás de países como o Equador, Arábia Saudita, Peru, Dinamarca e Emirados Árabes, por exemplo. Mas o problema do egocentrismo e da falta de amor ao próximo não é exclusivo dos brasileiros. É uma preocupação mundial.
(disponível em https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/cienciaesaude/2017/01/empatia-o-sentimento-que-pode-mudar-a-sociedade.html, acessado em 15.09.2020).
A partir da leitura dos textos motivadores acima e de suas próprias reflexões, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:
O papel da empatia em um mundo polarizado.