(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

Texto 1
O que é metaverso?
O metaverso é um mundo virtual online que combinará vários aspectos de nossas vidas digitais e reais, incluindo trabalho, socialização e lazer. Em 2021 gigantes da tecnologia como a Meta (antigo Facebook), Microsoft e Epic Games, começaram a desenvolver e explorar o conceito de metaverso. A tecnologia blockchain desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do metaverso, pois os aspectos de propriedade digital, identidade e economias são cruciais. Para uma explicação mais detalhada, leia nosso artigo de introdução ao metaverso.
O que é um terreno virtual NFT?
Conforme mencionado, projetos de metaverso são mundos digitais que os usuários geralmente podem explorar com seus avatares 3D. O SecondLive, por exemplo, oferece locais para shows, conferências e exposições. Embora projetos como o SecondLive não permitem que os usuários comprem um espaço de realidade virtual permanente, outros mundos do metaverso permitem. Os desenvolvedores criam grandes mapas de terra divididos em pequenos lotes, destinados para as vendas no mercado.
Para representar a propriedade exclusiva da área, os usuários compram NFTs vinculados a um lote específico de terra. É possível adquirir esses terrenos diretamente do projeto, através da venda de terrenos ou no mercado secundário. O que você pode fazer com o terreno NFT depende de cada projeto.
Quais são os casos de uso dos terrenos do metaverso?
Além da especulação, os proprietários de terras podem usar seu espaço virtual em vários casos de uso:
1. Publicidade - Se o seu terreno estiver em uma área ou distrito popular e atrair muitos visitantes, você pode ganhar dinheiro oferecendo espaço para publicidade.
2. Socialização - É possível hospedar eventos em seu terreno digital, incluindo shows, conferências e encontros da comunidade.
3. Jogos - Seu terreno NFT pode ser útil em um jogo NFT. Por exemplo, o terreno do Axie Infinity fornece recursos, tokens e ingredientes de fabricação extra.
4. Trabalho - O terreno que pode ser explorado com um avatar 3D pode ser usado como espaço de escritório virtual ou para fornecer serviços digitais. A PwC Hong Kong usará os terrenos do The Sandbox em seus serviços de consultoria da Web 3.0.
As empresas globais compram terras do metaverso?
Grandes marcas e celebridades já começaram a comprar terrenos no metaverso. O Snoop Dogg, por exemplo, está criando sua própria plataforma de experiência de metaverso, Snoop Dogg Metaverse Experience, no The Sandbox. A Adidas também comprou terrenos na plataforma para o seu projeto de metaverso, AdiVerse. Além de participar do hype do metaverso e dos NFTs, as marcas e empresas oferecerão aos usuários a chance de interagir com esse novo mundo, acessando serviços, jogos e produtos do metaverso.

A tendência não parou no nível de investidores de varejo. Os terrenos NFT já despertaram o interesse de muitos investidores institucionais. Por exemplo, o The Metaverse Group ganhou as manchetes comprando grandes quantidades de imóveis digitais, sobre os quais falaremos em breve. O grupo está virtualmente sediado no Crypto Valley do Decentraland. Em dezembro de 2021, a PwC também comprou terrenos no Decentraland, para oferecer serviços de consultoria da Web 3.0.
https://academy.binance.com/pt/articles/what-is-nft-virtual-land-in-the-metaverse
Texto 2
Facebook e Microsoft veem o investimento em tecnologias voltadas ao metaverso como a futura “galinha dos ovos de ouro”. Trata-se de uma nova investida do capitalismo de vigilância para ganhar mais dinheiro ou da possibilidade de ampliar a liberdade humana no contexto digital?
Essa é uma questão complexa, pois envolve, também, a lógica de reconstrução permanente da economia imaterial e do capitalismo cognitivo, que buscam explorar aspectos ligados à subjetividade, como emoções, vontades, desejos e afetividades. Isso foi muito bem notado por André Gorz, no livro O Imaterial (São Paulo: Anablume, 2021), que observou não apenas uma guinada do capital imaterial como um meio de produzir consumidores (produzindo desejos, vontades de imagens de si e dos estilos de vida, pessoas que são “incansáveis máquinas de felicidade”) mas também a introdução de uma socialização anti-social, apelando à imaginação e ao desejo de cada um, e não de todos.
O capitalismo imaterial opera no talhamento de consumidores que são individuais por definição. Como dizia Gorz, eles são o “antídoto à expressão coletiva de necessidades coletivas” e “à preocupação com o bem comum”. Gorz escreveu isso em 2005, antes da explosão do Twitter, YouTube, Instagram e TikTok, aplicações que levaram a lógica do indivíduo narcísico a um novo patamar (algo também observado por Byung Chul-Han de forma magistral nos últimos anos).
Gorz havia percebido como o capitalismo cognitivo promete a cada um escapar à condição comum tornando-o um “feliz privilegiado” que pôde oferecer a si mesmo algo melhor, mais raro, distinto, único. Essa é uma das características do capitalismo imaterial, que assume feições muito distintas do fordismo. Isso também foi percebido por Adam Curtis, em documentário The Century of The Self (2002), produzido há vinte anos, que destacava a manipulação do consumidor por técnicas de marketing e produção de subjetividade. Não é sem razão que a indústria da publicidade encontra-se acoplada com a economia das aplicações de Internet. A retroalimentação entre produção de subjetividade, economicização da vida, coleta de dados (que permitem inferir estados emocionais) e manipulação do inconsciente para engajamento e consumo é enorme.
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O problema é o modo silencioso e a exploração da vulnerabilidade humana em sentido psicológico em sistemas de computação em nuvem acoplados com camadas de Realidade Aumentada e dispositivos de interatividade. Suponha que você entre em uma reunião simulada em um escritório.
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Por ser um sistema bastante sofisticado de imersão, interatividade e colaboração, as possibilidades de inferências são muitas. As técnicas de perfilização de plataformas como Instagram talvez parecerão arcaicas e rudimentares perto das possibilidades de trabalho virtual em projetos conceituais de metaverso. Seria possível identificar reações a músicas ambientes, estímulos visuais (e mensurações por tempo de eyeball), transformando a vivência em laboratório permanente de mensuração. Para mercados centrados em perfilização, produção de subjetividades e governança algorítmica, trata-se de um prato cheio. O ensaio recente de Ronaldo
Lemos na Ilustríssima da Folha de São Paulo sobre “A Grande Ruptura” explora muito bem como a fronteira do capitalismo contemporâneo está no interesse em impactar a experiência emocional dos usuários (que ele chamou de usuados) e na percepção de realidade.
https://outraspalavras.net/outrasmidias/metaverso-nova-fabrica-de-subjetividades-artificiais/
Texto 3
O curioso e imersivo metaverso
Professores da UFU conversam sobre a temática no novo episódio do Ciência Ao Pé do Ouvido
Quais as possibilidades de coisas para se fazer no metaverso?
Cardoso já adianta que as possibilidades são infinitas! A gente sempre pensa naqueles joguinhos que usam óculos VR, mas vai bem além disso. Para se ter uma ideia, em março, aconteceu a Metaverse Fashion Week, uma semana de moda nesse universo virtual com marcas da realidade, como a Dolce & Gabbana. Já teve inclusive casamento no metaverso e até a Prefeitura de Uberlândia (MG) fez uma reunião nesse ambiente.
Mas o que nossos professores destacam é como essa tecnologia auxiliará também na educação, sociedade e saúde. Médicos de diferentes lugares poderão ver protótipos de órgãos, células e cirurgias em 3D, podendo trocar dicas e entender melhor algumas doenças e casos. Alunos poderão fazer atividades de campo e maquetes de forma tecnológica sem terem que se deslocar para o lugar. Cara, isso é muito Black Mirror!!
https://comunica.ufu.br/noticia/2022/04/o-curioso-e-imersivo-metaverso
Texto 4
Imagine que você é um estudante de astronomia. Em uma aula sobre a Via Láctea, o professor leva a turma para pisar no solo de Marte, andar pelos anéis de Saturno e conhecer de perto Plutão. Você e seus colegas podem ver cada detalhe e sentir que fizeram, de fato, uma viagem espacial, sem sair da sala de aula.
Essa é uma das aplicações possíveis para o metaverso na educação. Desde outubro do ano passado, quando o Facebook anunciou a mudança de nome para Meta, esse foi um dos principais setores a se agitar com a novidade. Pesquisadores da área já imaginavam que uma convergência das tecnologias estava para acontecer, e o processo se acelerou com a pandemia e a redução das aulas in loco. Agora, com o retorno das atividades presenciais, o mercado está experimentando novos formatos e modelos de ensino.
Medicina
No Brasil, iniciativas pioneiras, como a MedRoom estão tomando a frente desse movimento. A edtech fundada em 2016 oferece treinamentos para o ensino médico com óculos de realidade virtual. Sua plataforma conta com um laboratório de anatomia humana, um consultório para simulação clínica de atendimento a um paciente e uma central de lâminas para exames.
O biólogo Vinicius Gusmão, CEO e cofundador da startup, diz que uma das vantagens de uma aula no laboratório virtual é poder fazer uma navegação anatômica realista em um corpo humano vivo, o que não seria possível em uma sala de aula comum – onde a observação costuma ser feita com cadáveres ou manequins.
https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2022/04/como-o-metaverso-vai-impactar-educacao.html
Proposta 1
Faça um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema: “ Metaverso: As vantagens superam os riscos?”
Proposta 2
Os textos acima manifestam diferentes perspectivas em relação ao metaverso, ou destacam os perigos ou suas vantagens. Suponha que, em sua faculdade, neste ano, de forma experimental, serão utilizados recursos do meta-verso em aulas anatomia e astronomia. Você, junto com os alunos do centro acadêmico, resolve fazer uma CARTA ABERTA, ou saudando o novo recurso, ou alertando quanto aos riscos.