(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
Os charmosos passeios de charrete em cidades históricas fazem parte de uma tradição cultural que não deve ser perdida ou podem dar espaço a outras práticas que não trazem desconforto aos cavalos? Participantes de audiência conjunta das Comissões Extraordinária de Proteção dos Animais e de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) não chegaram a um consenso sobre a questão.
Abordando especificamente a situação na cidade de Tiradentes (MG), que deu origem à discussão, o deputado Ivair Nogueira ressaltou que a prática já ocorre por lá há 40 anos e é responsável pelo sustento das famílias de 30 charreteiros.
Para o deputado Fabiano Tolentino, a região é um dos berços das raças de cavalos marchadores, que fazem parte da história local.
No entender do advogado Victor Alessandro Carvalho, representante dos charreteiros, o uso das charretes está intimamente ligado a uma relação de carinho entre os profissionais e os cavalos.
(“Uso de charretes em cidades históricas gera divergência”. Assembleia Legislativa – MG. www.almg.gov.br, 26.10.2017. Adaptado)
Texto 2
Nas últimas eleições, além de escolher os candidatos para cargos como presidente e governador, os moradores de Petrópolis (RJ) tiveram que comparecer às urnas para responder a outra questão: “Você é a favor ou contra o uso de tração animal nos passeios turísticos realizados pelas charretes no município de Petrópolis?”
Após o plebiscito, 63% dos petropolitanos votaram pelo fim da tração animal. A prática, que mantinha 13 charretes cadastradas no município e usava 39 cavalos em sistema de rodízio, não será mais permitida.
“Foi uma grande vitória, e o morador de Petrópolis deu um exemplo para o Brasil”, afirmou Reynaldo Velloso, presidente da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro.
(Bárbara Nóbrega. Extra. “Petrópolis vota pelo fim do uso das charretes puxadas a cavalo”. https://extra.globo.com, 07.10.2018. Adaptado)
Texto 3
A permanência ou não das tradicionais charretes de Petrópolis sempre dividiu muitas opiniões entre os que defendem os animais, a tradição histórica, o turismo e o trabalho dos charreteiros.
Fátima Argon, presidente do Instituto Histórico de Petrópolis (IHP), defende a continuação das charretes “porque elas constituem uma herança cultural e histórica que nos remete ao período em que a cidade era local de veraneio da família imperial e da corte. Desde a década de 40 do século passado, as charretes proporcionam ao turista a experiência do transporte utilizado no século XIX”, afirma.
Para a veterinária Renata Castro, “não é simplesmente uma questão de sermos contra ou a favor da permanência das charretes na cidade, mas, sim, sermos contra o sacrifício de animais em nome da manutenção de uma tradição que já não se adequa mais à nossa realidade por turistas que muitas vezes não fazem ideia do que se passa. Com a consciência de profissional, de quem zela pelo bem-estar dos animais e [discorda de] todo o sofrimento causado a eles, nos posicionamos totalmente contrários à permanência das charretes em passeios turísticos na nossa cidade”, argumenta a veterinária.
(“Entenda todos os lados da polêmica das charretes em Petrópolis e saiba como votar no plebiscito”. Sou Petrópolis. http://soupetropolis.com, 24.09.2018. Adaptado)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
O uso de tração animal em passeios turísticos deve ser proibido?