(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
Texto 1
“Gordofobia” é o termo usado para definir o preconceito sofrido por pessoas gordas dentro de uma sociedade que superestima a magreza e um restrito padrão de beleza.
Apesar da perversidade da conduta, a gordofobia age até de forma institucionalizada. A pesquisa “Profissionais Brasileiros – Um panorama sobre contratação, demissão e carreira” revela que 6,2% dos empregadores assumidamente não contratam pessoas obesas.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 30% dos obesos podem ter perfil metabólico e cardiovascular dentro da normalidade. O movimento defende, portanto, que a obesidade em si não deve ser considerada doença – ela é apenas o estado de ser gordo.
Os dados levam a crer, portanto, que a pressão sofrida pela população obesa diz muito mais respeito à estética do que à saúde. Em um estudo realizado por uma universidade da Inglaterra, 16% das mulheres entrevistadas disseram que trocariam um ano inteiro de vida por um corpo esbelto.
(Camila Bahia Braga. “A gordofobia afeta carreira, saúde e felicidade de pessoas gordas”. http://claudia.abril.com.br, 13.03.2017. Adaptado.)
Texto 2
Estudos indicam que, apesar dos esforços de conscientização, atitudes preconceituosas explícitas contra gordos aumentaram consideravelmente entre 2001 e 2010. Ainda é mais comum, no entanto, que o preconceito apareça travestido de elogio ou preocupação. Frases como “você tem o rosto tão bonito, por que não emagrece?” são reflexo da chamada gordofobia, do preconceito ou da intolerância contra pessoas gordas.
Essa discriminação não é novidade. “Estamos tentando há centenas de anos encontrar a solução da corpulência, mas nunca conseguimos. A partir do momento em que as primeiras relações entre problemas de saúde e gordura corporal começaram a ser publicadas, o gordo passou a responder por tripla acusação: falta de formosura, falta de retidão de espírito e falta de capacidade para gerenciar a própria saúde”, diz a nutricionista Paola Altheia, que se notabilizou por desconstruir os mitos de emagrecimento e questiona os padrões de beleza: “Está mais do que na hora de compreendermos que o corpo gordo não é um erro, um pecado ou um crime”.
Muitos dos mitos relacionados com o peso têm a ver com a ideia de que a obesidade é controlável — portanto, representa negligência. Na verdade, o excesso de peso não é necessariamente resultado de comer demais. Vários outros fatores podem contribuir, como falta de sono, condições socioeconômicas, medicamentos, desequilíbrio hormonal, genética, problemas de saúde mental e até mesmo a poluição do ar.
Outro mito comum é a noção de que pessoas gordas não são saudáveis apenas por serem gordas.
(Gabriela Loureiro. “Gordofobia: por que esse preconceito é mais grave do que você pensa”. http://revistagalileu.globo.com, 03.05.2017. Adaptado.)
Texto 3
A obesidade é, certamente, uma das patologias que mais tem apresentado preocupação neste final de século. Até há pouco tempo, estigmatizada, a obesidade não era considerada condição que dependesse de tratamento, pois era atribuída, pela maioria, a maus hábitos alimentares, inatividade física e baixa autoestima. Porém, nas últimas décadas, começou-se a reconhecer que a condição de obesidade poderia ocasionar vários males à saúde e, assim, tornou-se um problema epidemiológico nos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Na verdade, existe uma grande vontade por parte das pessoas de modificar o estilo de vida, mas nem sempre encontram apoio. Faltam informações sobre a obesidade e seus fatores de risco porque a sociedade tem resistência em 1aceitar a obesidade como uma doença, mascarando todo um processo, deixando de tratar e dar o devido apoio ao sujeito obeso.
(Antonia Bankoff e Daniela Barros. “Obesidade, magreza e estética”. www.fef.unicamp.br. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: Críticas à obesidade: entre a preocupação com a saúde e a manifestação do preconceito