(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
Texto 1
A comunidade LGBT norte-americana lançou uma campanha para que os estúdios de Walt Disney transformem a princesa Elsa – do aclamado Frozen – numa personagem assumidamente lésbica, após uma pesquisa sobre inclusão LGBT nos filmes de Hollywood. Segundo o estudo, dos 126 filmes lançados em 2015 pelos sete principais estúdios, apenas 17,5% incluíam personagens homossexuais.
A assessoria da Disney no Brasil ainda não declarou seu posicionamento sobre o assunto, mas, em 2014, a executiva da empresa de entretenimento, Ellen Etheridge, não descartou a possibilidade: “Tentamos diversificar nossas personagens femininas ao longo dos anos e percorremos um longo caminho desde a princesa de A Bela Adormecida. Pensamos em personagens femininos fortes para que as crianças possam admirar.”
Essa possibilidade empolgou a cantora Daniela Mercury, casada com a jornalista Malu Verçosa. “Seria fantástico se Elsa, que já é tão amada pelas crianças e pelas famílias, se revelasse lésbica. É muito bom para a diminuição do preconceito e para a compreensão de que o ser humano é múltiplo também na sua sexualidade”, frisa a cantora. Daniela e Malu fazem parte da campanha global “Livres & Iguais”, que tem por objetivo aumentar a conscientização sobre a violência e a discriminação homofóbica e promover um maior respeito pelos direitos das pessoas LGBT: “Eu e Malu fomos a Nova Iorque no encontro com o secretário-geral da ONU e pedimos justamente que ele fizesse uma campanha em Hollywood, junto aos produtores cinematográficos, para que refletissem sobre a importância da inclusão de personagens homossexuais na sua dramaturgia e nos desenhos animados, para que a diversidade humana fosse contemplada e naturalizada.”
(Brunna Condini. “Elsa, de Frozen, pode virar a primeira princesa lésbica da Disney”. http://odia.ig.com.br, 04.05.2016. Adaptado.)
Texto 2
Nem todas as reações à aparição de um suposto casal de lésbicas (pela primeira vez em um filme da Disney Pixar), no trailer da animação Procurando Dory, foram positivas. Conservadores planejaram um boicote ao filme se a suposição fosse confirmada, aparentemente ignorando o fato de que, independentemente das lésbicas da ficção, a obra é estrelada por uma lésbica de verdade, a apresentadora Ellen DeGeneres, que dubla a protagonista Dory. “Se os boatos de que vai ter um casal de lésbicas no filme forem verdade, vou boicotar a Disney”, postou um usuário no Twitter, antes do lançamento do filme.
Recentemente, fãs de Frozen iniciaram uma petição para que a protagonista Elsa ganhasse uma namorada no próximo filme da franquia. A hashtag promovendo a ideia, #GiveElsaAGirlfriend (“Dê uma namorada a Elsa”) chegou a ficar em primeiro lugar na lista de assuntos mais comentados no Twitter. Mas isso gerou uma reação: mais de 240 mil pessoas assinaram uma petição pedindo que Elsa ganhasse um “príncipe encantado”.
(Marcel Plasse. “Procurando Dory: conservadores organizam boicote após suposta aparição de lésbicas no trailer”.
www.pipocamoderna.com.br, 01.06.2016. Adaptado.)
Texto 3
O estudioso de mídia Jeff Johnston fez um alerta aos pais para que se preparem, pois números crescentes de personagens homossexuais são mostrados em programas infantis de televisão. Como exemplo, cita a controvérsia das personagens Korra e Asami, em Avatar: A Lenda de Korra, cujo último episódio mostrava claramente que elas viviam um relacionamento homossexual. Pendleton Ward, criador da série Hora da Aventura, sucesso entre pré-adolescentes exibido pelo Cartoon Network, também declarou que as duas personagens femininas, Marceline e Princesa Jujuba, foram namoradas. A tendência não é apenas nos desenhos animados. O Disney Channel introduziu, já em 2014, no popular seriado Boa Sorte, Charlie, um casal homossexual formado por duas mulheres que têm um filho.
Johnston recomenda aos pais que monitorem o que seus filhos estão vendo, não apenas na televisão, mas também em livros, jogos e filmes. Para ele, muitas dessas produções trazem mensagens confusas que podem ser prejudiciais a quem não possui maturidade para entender plenamente o que está vendo. “Essas mensagens apenas criam confusão e geram insegurança. Nossas crianças não estão preparadas para lidar com esses temas adultos”, enfatizou.
(Milton Alves. “Crescem personagens gays em programas infantis”. www.lpc.org.br, 18.08.2015. Adaptado.)
Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, redija uma dissertação, na norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A homossexualidade deve ser abordada em desenhos e filmes voltados ao público infanto-juvenil?