(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
O que é linguagem inclusiva e linguagem neutra?
A linguagem inclusiva ou não sexista é aquela que busca comunicar sem excluir ou invisibilizar nenhum grupo e sem alterar o idioma como o conhecemos. Essa linguagem propõe que as pessoas se expressem de forma que ninguém se sinta excluído utilizando palavras que já existem na língua. Um exemplo é algo que escutamos bastante hoje em dia de pessoas que começam seus discursos ou a presentações dizendo “Boa noite a todos e todas”. O objetivo aí é abranger tanto homens como mulheres na conversa.
A linguagem neutra ou não binária, embora tenha o mesmo propósito de incluir a todas as pessoas, apresenta propostas para alterar o idioma e aqui entram por exemplo as novas grafias de palavras como as que mencionamos no início desse texto: amigxs, tod@s, todes. Os maiores defensores dessas mudanças são ativistas do movimento feminista e LGBTQIA+, que veem na nossa língua uma ferramenta a mais para perpetuar desigualdades.
(https://www.politize.com.br/linguagem-inclusiva-e-linguagem-neutra-entenda/)
Texto 2
Não é capricho
A proposta de criação de um gênero neutro na língua portuguesa e de mudanças na forma com que nos comunicamos nem sempre é aceita, e costuma ser vista como "capricho".
Para Monique Amaral de Freitas, doutoranda em Linguística pela USP (Universidade de São Paulo), apresentadora do podcast "Linguística Vulgar" e colunista no blog "Cientistas Feministas", o debate está longe de ser irrelevante.
"Há dois problemas com esse tipo de afirmação. O primeiro é que ela pressupõe que a língua seria apenas um reflexo da sociedade, o que, a essa altura, no campo das ciências da linguagem, já sabemos que não é verdade. A relação entre língua e sociedade não é de mão única. As coisas que dizemos são, por elas mesmas, ações no mundo, elas têm consequências. O segundo problema é que refletir sobre a linguagem não nos impede de agir a respeito de outras questões", explica.
(...)
Mesmo com os desafios morfológicos, a linguista afirma que não é impossível pensar em proposições mais inclusivas. E isso não necessariamente significa que há uma tentativa de "destruição" do português. "A história de uma língua sempre conta muito sobre a história de seus falantes, de modo que as coisas que falamos hoje em dia não brotaram da terra ou vieram prontas, mas dependem de nossa história como humanidade. (...) Nesse sentido, as propostas já existentes seriam primeiros passos nesse movimento, e não uma forma final a ser imposta a todos os falantes", afirma.
No caso do Brasil, a proposta de linguagem neutra exige, além de vontade política dentro da área da educação e da sociedade em geral, uma soma de forças de diversos setores da sociedade para assim desenvolver um sistema que possa ser aprendido por brasileiros já alfabetizados e pelos que estão em processo de alfabetização.
"A resistência que ocorre, seja dentro ou fora da universidade, geracional ou não, não diz respeito à viabilidade dessa mudança, pois não existe nenhum empecilho estrutural nos sistemas que estão sendo propostos. O sistema "elu/delu" é só uma sugestão, mas poderia ser qualquer outro. Essa mudança é possível linguisticamente, em todos os sentidos, mas a discussão se dá por conta do grupo social que está propondo e do que está sendo discutido", opina Jonas Maria.
(https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/10/07/linguagem-neutra-proposta-de-inclusao-esbarra-em-questoes-linguisticas.htm)
Texto 3
Projeto proíbe linguagem neutra de gênero em instituições de ensino e bancas de concurso
O Projeto de Lei 5198/20 proíbe instituições de ensino e bancas examinadoras de concursos públicos de utilizarem o gênero neutro para se referir a pessoas que não se identificam com os gêneros masculino e feminino, como a população LGBTI. O texto será analisado pela Câmara dos Deputados.
Autor do projeto, o deputado Junio Amaral (PSL-MG) afirma que, nos ambientes formais de ensino e educação, não deve ser permitido “o emprego de linguagem que, corrompendo as regras gramaticais, pretenda se referir a gênero neutro, inexistente na língua portuguesa”.
“Este projeto de lei é apresentado em resposta a tentativas isoladas de impor ao conjunto do todo nacional uma visão linguística que reconheceria no português um terceiro gênero, o neutro, ao lado dos gêneros masculino e feminino”, diz o parlamentar.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Proposta
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
A defesa da Língua e cultura brasileiras exclui a adoção da linguagem neutra?