Questão
Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP
2017
Fase Única
PROPOSTA-REDACA114943f45ada
Discursiva
(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

GRAFITE: ARTE URBANA

Texto 1

Britânico cria tour por melhores grafites de São Paulo

Charles Humphreys, estudante da Universidade de Oxford



Foto: Charles Humphreys

Como Caetano Veloso diz na música Sampa, “da dura poesia concreta de tuas esquinas”, a beleza de São Paulo não é tão óbvia quanto a de outras cidades.

Com as palavras de Caetano na cabeça, resolvi ir atrás dos grafites de São Paulo e acabei preparando o roteiro a seguir. A meu ver, ele revela a essência da vida paulistana e a surpreendente beleza estampada em locais inusitados: de esgotos até os mais altos andares de prédios.

A viagem pelos grafites é também uma forma de se conhecer a cidade por meio da crítica social exposta na arte urbana.

Fotografei meus preferidos e será fantástico receber dicas dos leitores do “Para Inglês Ver” com registro de arte urbana imperdível em São Paulo e em todo o Brasil.

Embora seja uma galeria informal, o espaço é disputado constantemente por artistas que buscam expor seus trabalhos, e por isso foram criadas algumas regras essenciais para garantia da ordem: quem pintou no muro permanece “proprietário” da parte específica que usou. Um grafiteiro deve obter a autorização do “dono” para usar o espaço já coberto.

Hoje em dia, a viela está em constante mudança. Em cada nova visita, é possível observar a evolução do beco ao longo do tempo.

Quem passa pelas proximidades se depara com inúmeras obras de artistas brasileiros de peso, incluindo uma de Paulo Ito que fica na rua Mário de Alencar e uma de Mundano que fica em um estacionamento na rua Harmonia.

Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150608_blog_para_ingles_ver_grafites_sp_charles_humphreys>.
Acesso em: mar. 2017.

Texto 2

Eduardo Kobra

As intervenções de Eduardo Kobra se espalham por toda a cidade. Foram as obras dele que mais me impressionaram dentre todos os artistas, pelo seu realismo e sua expressão de movimentos. A arte de Kobra se dedica a pedir proteção aos animais e a defender seus direitos.

Em Pinheiros, a gente se depara com um painel gigante de Kobra, que enfeita as paredes laterais da loja da Fnac na rua Pedroso de Moraes. Ali, o artista paulistano usa sua marca registrada em um grafite tão realista que até parece uma fotografia.

Kobra homenageia Chico Buarque e Ariano Suassuna neste painel de onze metros por dezessete metros no qual usou aproximadamente trezentas latinhas de spray! 



Disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/cidade/sao-paulo-capital-grafite-espaco-publico-democratizararte-694077.shtml>. Acesso em: mar. 2017.

Texto 3

No fim da ditadura, o grafite foi um grito de liberdade

Não se espante se você sair pelas ruas de São Paulo num domingo e se deparar com algum grafiteiro pintando muros e paredes dos bairros. Esse é o dia da semana em que a maioria deles escolhe para fazer o que mais gosta: ficar ao ar livre, imprimindo desenhos em espaços públicos. "Eu faço arte para ser feliz, e o que mais me atrai no grafite é a capacidade de criar diálogos com a cidade", conta o grafiteiro Rui Amaral, um dos precursores dessa arte urbana.

Há um ano, o grafite deixou de ser crime

O assunto gera polêmica: o grafite e a pichação em edifícios públicos eram considerados crimes ambientais e de vandalismo pela legislação brasileira. Em maio do ano passado, somente o grafite foi descriminalizado. Afinal, pichar e grafitar é a mesma coisa? “As pichações, que são rabiscos e letras feitos para demarcar território ou ir contra as instituições, têm seu valor antropológico. Já o grafite é uma forma de arte e envolve conceito e pesquisa”, explica Baixo Ribeiro. “Os dois têm a mesma essência: são meios de protesto ou de diversão, na falta de opções de lazer”, diz Rui Amaral, que assina o emblemático túnel da avenida Paulista. Aos 51 anos, ele continua ativo: “Não gosto de ficar pintando telas no ateliê. Meu grande barato é mesmo a rua”.

São Paulo, cidade de inúmeros talentos criativos, começou a ganhar o colorido dos grafites nos anos 1980. E hoje, muitos de seus artistas, reconhecidos internacionalmente, atraem visitantes à procura de suas obras, que acabam se encantando com a descoberta de novos gênios da arte de rua.

Essas intervenções urbanas, por sua característica dinâmica, podem ser admiradas por um período limitado e ao mesmo tempo indeterminado, mas podem ser imortalizadas com as fotos que de tempos em tempos são expostas em galerias e outros espaços culturais. Explore as ruas de São Paulo, atente aos detalhes e se surpreenda com o encontro de uma inesperada obra ao virar a próxima esquina!

Disponível em: <http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/images/pdf/roteirostematicos/roteiro_arte_urbana_ld.pdf>. Acesso em: mar. 2017.

Texto 4

Grafites em muros de avenida de São Paulo são pintados de cinza

Av. 23 de Maio tinha o maior mural a céu aberto da América Latina.

Prefeitura diz que apagou grafites que estavam sujos ou pichados.

Uma operação de limpeza cobriu de tinta muros que expunham grafites, em São Paulo. E isso provocou debate na maior cidade brasileira.

Na guerra da prefeitura contra a pichação, sobrou para a arte de rua.

Os muros da Avenida 23 de Maio eram ícones do grafite em São Paulo: o maior mural a céu aberto da América Latina, com quase cinco quilômetros e meio de extensão. Agora não fazem mais parte da paisagem.

As pinturas foram encomendadas pela prefeitura na gestão anterior, a um custo de R$ 1 milhão; 200 grafiteiros deixaram ali suas obras.

Em alguns muros, grafite e pichação se misturaram. Agora foram apagados. A arte urbana e a sujeira desapareceram sob uma mesma cor: um polêmico tom de cinza.

Muro a muro, tudo foi ficando igual.

“São Paulo não é assim. São Paulo tem que ser pintada, tem que ser colorida, tem que ter vida”, diz a artista plástica Bárbara Goy.

Muitos que passam por ali sentem falta do caminho colorido. “O grafite é uma obra de arte, agora pichação é rabisqueira”, diz a dona de casa Claudete de Aguiar. “Grafite decora a parede, que é melhor, agora a pichação suja tudo, você não entende o que estão falando”. O arquiteto e urbanista Kazuo Nakano considera uma medida autoritária: “É uma abordagem equivocada, porque o grafite tem que ser entendido como parte do espaço público, e uma ação sobre o espaço público nunca pode ser impositiva”, disse.

A prefeitura diz que houve critério para escolher quais pinturas iriam ser apagadas. “Estavam danificadas, cores esmaecidas, havia pichação por cima, ou muito poluídas pela própria poluição dos carros que passam por ali, essas foram cobertas”, explicou André Sturm, secretário de Cultura. Em todo o mundo, é difícil estabelecer regras. Em Londres, quem estragar a beleza de um lugar pode ser preso. Mas os grafites viraram símbolos da cidade: ajudam a atrair turistas. E o ex-primeiro ministro David Cameron deu de presente ao ex-presidente americano Barack Obama uma obra de um grafiteiro.

A prefeitura de São Paulo disse que vai designar áreas da cidade para os grafiteiros pintarem e criar um museu de arte urbana.

Oito murais foram preservados, como os do artista plástico Kobra. Retratam a São Paulo antiga e um título que costumava orgulhar a cidade: “São Paulo, capital da arte de rua”.

Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/01/grafites-em-muros-de-avenida-de-sao-paulo-saopintados-de-cinza.html>. Acesso em: mar. 2017.

Considerando os textos apresentados, escreva uma dissertação argumentativa sobre o tema proposto.