Questão
Simulado Unicamp
2022
1ª Fase
PROPOSTA-REDACA22252dcc6e1d
Discursiva
(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

Proposta 1

Na escola em que você estuda, devido a casos graves de bullying, foram programadas campanhas para desestimular ou mesmo evitar a prática. Uma delas tinha como finalidade conscientizar os alunos de que eles poderiam ajudar aqueles que sofriam esse tipo de humilhação. Como parte da campanha, seriam publicados, no jornal virtual mantido pela escola, relatos de alunos que ajudaram as vítimas. Você foi convidado para escrever um relato pessoal sobre a situação.

Nele você deve:

a) Contextualizar o motivo do relato, associando-o à campanha.

b) Situar a circunstância vivida pelo seu amigo.

c) Escolher uma das atitudes relatadas no texto 2 que poderiam ter ajudado o amigo e desenvolvê-la.

Para redigir seu texto, leve em conta os excertos apresentados a seguir. 

Texto 1

Manaus - “Os colegas me xingavam, falavam que o meu cabelo era ruim, chamavam de macaca, diziam que eu não era inteligente e que eu cheirava mal. Eu ficava triste e me afastava da turma. Ficava meio no canto e me sentia só. A prática era tida como algo normal. Mesmo que doesse, a gente aceitava, era uma bagunça entre amigos", relata Thayane Maia. A universitária foi uma das inúmeras vítimas de bullying na escola.

"Onde eu estudava não havia projetos para combater essa violência. Fiz depois acompanhamento psicológico, mas ainda enfrento esse problema, escuto muitas coisas na rua, de pessoas adultas. Já me abalou muito. Atualmente, não abala mais", finaliza.

“Os dias de aula eram infernais. Cedo, recebi o apelido de ‘João’, pois meu cabelo era curtinho, por conta de umas complicações quando nasci e os médicos tiveram que raspá-lo. Na 1ª série, meu cabelo foi cortado pela colega que sentava atrás de mim. Recebi depois o apelido de espantalho, por ser ‘feia e esquisita’. Eu me sentia acuada, agredida e insuficiente. Na 7ª série, fui trancada na sala por dois garotos, pois eles disseram que queriam ir lanchar com ‘gente normal’. Procurei a coordenação da escola, mas nada fizeram. A psicopedagoga disse que não acreditava em mim. Tudo isso afetou meu desempenho”, conta a universitária Ana Letícia Silva, que, durante anos, sofreu com piadas relacionadas a sua aparência e agressões no colégio.

"Os alunos me ignoravam. A única época em que eu não era invisível era no dia do meu aniversário, até porque só podia fazer as festinhas nas dependências da escola se a turma toda fosse convidada. Somente quando mudei de escola e fui bem acolhida pelos novos profissionais, foi que comecei a reagir a essa agressão. Mas, ainda hoje, enfrento a autoestima baixa, o pavor à rejeição, sem falar na ansiedade e depressão. As sequelas que o bullying deixa, seja em mim ou em qualquer pessoa, são destrutivas”, completou Ana Letícia.

"Minha farda mal cabia em mim de tão magra que eu era. Por anos, fui chamada de magricela, Olívia Palito, garça e perna de maçarico. Eu vestia duas calças jeans, uma em cima da outra para ver se minha perna parecia mais grossa. Eu queria me enterrar. Qualquer coisa era melhor do que ver aqueles olhares e os risos debochados. Hoje, lamento o tempo que perdi me importando com essas bobagens. Sinto orgulho da pessoa que me tornei. Queria era voltar a ser magra (risos)",assim conta *Ângela Lima, professora e advogada.

Os relatos dão conta da saga de ex-estudantes sobreviventes da triste realidade brasileira que aponta, conforme Dados do último relatório (2018) do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), que três em cada dez alunos de 15 anos no Brasil afirmam sofrer bullying nas escolas, o que corresponde a 29%, percentual que está acima da média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 23%.

https://d.emtempo.com.br/ciencia-e-tecnologia-educacao/187613/bullying-relato-de-sobreviventes

Texto 2

Como Ajudar um Amigo que é Vítima de Bullying na Escola

Coescrito por Allison Broennimann, PhD

Referências

Infelizmente, o bullying é um problema recorrente em escolas há muito tempo. Hoje, ele já ultrapassou as paredes das instituições de ensino e chegou à internet. Muitas vezes, as pessoas se sentem incapazes de ajudar amigos que sofrem agressões morais e físicas — porque temem pela própria segurança ou não sabem o que fazer. Contudo, há diversas alternativas de ações que podemos tomar para auxiliar quem precisa.

Interferindo na confusão

Peça que o agressor pare. Este é um grande passo para começar, já que mostra que você sabe o que essa pessoa está fazendo e que isso não é certo.[1]

• Não grite ou piore a situação. Fique calmo e contido.

• Diga ao agressor que seu comportamento não é engraçado nem aceitável. Muitas pessoas que cometem bullying querem esse tipo de atenção; deixe claro que não vai funcionar com você.

• Diga algo simples, como "O que você está fazendo não é legal. Pare, por favor" ou "Não gosto do jeito com que você trata meu amigo".

• Se a agressão for virtual, envie uma mensagem privada ao agressor e diga que sabe o que está acontecendo e que ele deve parar.

Não pague o bullying na mesma moeda. Afinal, dois errados não fazem um certo. Não xingue ou tire sarro da pessoa e afaste-se depois que pedir para ela parar e livrar seu amigo.[2]

• Lembre-se que devolver uma agressão pode piorar a situação. O agressor pode passar a focar seus ataques em você ou intensificar o bullying com seu amigo.

Ajude seu amigo a se manter seguro. Agressores atacam quando suas vítimas estão sozinhas. Por isso, faça companhia ao amigo no intervalo, quando ele for ao banheiro ou quando esperar pelo ônibus.[4]

• Se seu amigo também for agredido na internet, não discuta com o agressor em redes sociais. Bloqueieo, e peça que a vítima faça o mesmo.

• Diga algo como "Eu defendo você porque gosto muito da sua pessoa" para deixar claro que valoriza muito o seu amigo.

• Talvez ele se sinta impotente ou envergonhado por causa da agressão; diga que não é bem assim, com algo como "Você é muito forte. Fulano é que é fraco, já que precisa pegar no pé dos outros para se sentir bem. Isso é errado".

Preste atenção aos espectadores. Você estava assistindo à situação quando decidiu intervir. Porém, outros espectadores podem rir com a agressão ou até incentivá-la, piorando a situação. Deixe isso claro para eles.[5]

• Alguns espectadores não ajudam a vítima porque têm medo de "dedurar" ou enfrentar o agressor.

• Com calma, diga aos espectadores o mesmo que disse ao agressor: esse comportamento é inaceitável. Fale algo como "Não devemos incentivar essa situação. Bullying é algo nocivo".

(https://pt.wikihow.com/Ajudar-um-Amigo-que-é-Vítima-de-Bullying-na-Escola)

Proposta 2

Na escola em que você estuda, apesar de discussões sobre a venda de alimentos ultraprocessados, a cantina continua ofertando alimentos considerados proibidos. De certa forma, os donos da cantina contam com a anuência dos pais, que não entendem a gravidade da questão. Você, junto a um grupo de alunos do grêmio, resolve fazer uma carta aberta aos pais e à comunidade escolar para chamar atenção para o problema sem culpabilizar de forma direta os donos da cantina.

Nela você deve:

a) Destacar os males da alimentação não saudável.

b) Estimular os pais a fazer pressão para que a cantina altere o cardápio. 

Pela primeira vez na história estima-se que os filhos tenham uma longevidade menor que seus pais. E um dos principais fatores para isso pode estar na balança.

Para se ter uma ideia, em 2014 o número de crianças obesas em todo o mundo era de 41 milhões, 10 milhões a mais do que no início da década de 90.

(...)

Mas quais são os vilões por trás disso tudo? Em muitos casos podem ser aquelas pessoas que mais se preocupam com a saúde dos pequenos: os próprios pais. Médicos, nutricionistas e psicólogos estão alertando para algumas atitudes tomadas por pais que podem estar levando aos dois principais causadores da obesidade infantil: sedentarismo e alimentação.

(...)

Pais que não impõem limites na alimentação dos filhos, permitindo alimentos calóricos e guloseimas a qualquer hora, estão estimulando um comportamento nocivo. O ideal é evitar lanches fora de hora e estipular apenas um dia por semana para aquelas “escapadinhas”.

(https://www.hypeness.com.br/2016/07/como-os-pais-estao-contribuindo-para-aumentar-a-obesidade-infantil-no-brasil-mesmo-sem-perceber/)

O estudo do tipo observacional foi realizado em 111 cantinas, sendo 35 estabelecimentos de ensino privado e 76 de ensino público de Curitiba, Paraná, Brasil. Para realizar estas avaliações, foi elaborada uma lista de verificação contendo um conjunto de condutas baseada nas legislações estaduais do Paraná. De acordo com as legislações vigentes, constatou-se que 97,37% das cantinas das instituições públicas e 94,29% das privadas comercializavam alimentos considerados proibidos por apresentarem baixo valor nutricional. Os principais alimentos proibidos comercializados nas cantinas foram os salgadinhos industrializados, os chocolates, as balas e os sucos artificiais. Esses também foram os alimentos e bebidas mais vendidos, segundo os responsáveis. Além disso, 73,87% das cantinas não possuíam supervisão técnica, 89,19% não disponibilizavam dois tipos de frutas e apenas 1,80% tinha mural educativo, conforme exigido pelas legislações vigentes. Conclui-se que as cantinas, independentemente da rede ensino e do tipo de administração, estão em desacordo com as legislações vigentes, tanto na comercialização de alimentos proibidos como na ausência de dois tipos de frutas e na ausência de mural educativo. Os resultados mostraram que a supervisão frequente do responsável técnico se faz necessária para contribuir nas escolhas dos alimentos comercializados e, consequentemente, melhorar a qualidade nutricional dos produtos expostos para venda.

https://www.scielo.br/j/bjft/a/MwKD78LFrmQDq9HWj5vgQ3w/?lang=pt

Alimentos ultra processados elevam risco de doenças cardiovasculares

Não faltam motivos para maneirar no consumo de alimentos ultra processados, como biscoitos, salgadinhos, refrigerantes, achocolatados, cereais matinais e afins. Esses itens já foram associados ao descontrole alimentar e ganho de peso, câncer, depressão, diabetes, hipertensão… Agora, um novo estudo reforça a relação entre a ingestão desses produtos e um maior risco de doenças cardiovasculares. Os dados acabam de ser publicados no prestigiado British Medical Journal (BMJ).

O trabalho foi realizado por pesquisadores franceses e brasileiros, mais especificamente da Universidade de São Paulo (USP), e contou com a participação de 105 159 indivíduos com uma média de 43 anos de idade. Essa turma toda preencheu uma espécie de diário alimentar cerca de cinco vezes durante dois anos.

“Esse é um dos pontos fortes da pesquisa, porque garante que a dieta das pessoas correspondia efetivamente ao seu padrão habitual”, comenta Carlos Monteiro, professor titular no Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, um dos autores do estudo.

Os alimentos relatados foram separados de acordo com o grau de processamento – ou seja, in natura, minimamente processado, processado ou ultraprocessado. Além disso, registrou-se a incidência de doenças nos voluntários entre 2009 e 2018.

Ao cruzar os dados, os pesquisadores observaram o seguinte: um acréscimo de apenas 10% na participação dos ultra processados na alimentação aumentava significativamente o risco de encarar qualquer tipo de doença cardiovascular em 12%. O perigo aumentava 12% especificamente para um infarto e 11% para um acidente vascular cerebral (ou AVC).

De acordo com Monteiro, há diversos mecanismos capazes de explicar tal elo. “Esses produtos têm perfil nutricional desequilibrado, favorecem o ganho de peso e concentram um monte de aditivos”, exemplifica.

“Além disso, algumas substâncias estranhas são geradas a partir do calor excessivo usado na produção de alguns ultra processados. Sem falar nos contaminantes liberados por materiais sintéticos usados para acondicioná-los”, acrescenta.

https://saude.abril.com.br/alimentacao/alimentos-ultraprocessados-elevam-risco-de-doencas-cardiovasculares/

O que são alimentos industrializados?

Os alimentos industrializados são aqueles que passam por uma série de etapas, técnicas e também a adição de outros ingredientes e químicos durante o processo de produção.

Em geral, são produtos prontos ou semiprontos para o consumo, produzidos com alta adição de ingredientes, como açúcares, sal, óleos, gorduras, além de substâncias sintetizadas em laboratório, como:

• Conservantes;
• Corantes;
• Emulsificantes;
• Aromatizantes;
• Flavorizantes;
• Estabilizantes.

Existem diversos aditivos químicos presente nesses alimentos, que possuem funções como: dar mais sabor e textura, realçar a cor, aumentar o prazo de validade, evitar que eles pereçam ao longo do transporte e do armazenamento, e até mesmo fazer maior aproveitamento das partes não comestíveis.

Tipos de alimentos industrializados

Os alimentos industrializados podem se dividir em três grupos e para cada um desses existe uma intensidade de alterações nos alimentos naturais.

Os alimentos minimamente processados são aqueles que antes de serem vendidos, passam por processos mínimos, como cortar, lavar, descascar, moer ou receber adição de açúcar e sal. Pode-se destacar os seguintes alimentos:

• Leite pasteurizado;

• Carnes em porções, moídas, congeladas ou resfriadas;

• Grãos secos embalados, como arroz e feijão;

• Raízes e hortaliças lavados e embalados;

Já os alimentos processados são fabricados pela indústria com a adição de sal, açúcar e também adicionais químicos, capazes de aumentar a durabilidade e que se torne mais agradável ao paladar. Exemplos de alimentos processados:

• Frutas em calda;
• Frutas cristalizadas;
• Queijos;
• Pães.

Os alimentos ultra processados são aqueles que não têm origem em outro lugar a não ser na indústria, ou seja, são alimentos que não se encontram na natureza. Para que ocorra a fabricação desses alimentos, é utilizado várias técnicas, etapas e ingredientes no qual a maioria são desenvolvidos em laboratórios.

• Alguns alimentos ultra processados:

• Refrigerantes;

• Biscoitos recheados;

• Embutidos;

• Sorvetes;

• Salgadinhos.

(https://blog.caffeinearmy.com.br/nutricao/os-perigos-dos-alimentos-ultraprocessados-e-industrializados/)

Você deverá escolher apenas UMA das propostas para desenvolver. Não se esqueça de marcar a proposta escolhida na folha
de resposta reservada para a Redação.