(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
REDAÇÃO
Texto 1
Movimentos sociais protestam contra internação compulsória
Movimentos sociais fizeram na manhã desta segunda-feira [21.01.13] um ato em frente ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (CRATOD), no centro da capital paulista, para protestar contra a medida do governo estadual que pretende tornar mais ágeis as medidas de internação compulsória ou involuntária de dependentes químicos em São Paulo. Para as organizações ligadas à defesa dos direitos humanos e à luta antimanicomial, a iniciativa seria mais eficiente se houvesse o reforço da política de atenção psicossocial.
“Estão começando do fim e não do começo. Hoje, se tiver uma situação de internação involuntária na Cidade Tiradentes, as mães vão aonde? Vir de lá até aqui [no CRATOD]? O que precisamos é ter uma assistência social democrática, universal e ao alcance dessas famílias”, explicou o padre Júlio Lancelloti, membro da Pastoral de Rua da Arquidiocese de São Paulo. Ele defende a instalação de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) em todos os bairros da cidade.
A novidade da medida que começa a valer hoje é a parceria entre profissionais de saúde da rede estadual, Ministério Público e Tribunal de Justiça de São Paulo. Será instalado no próprio CRATOD um plantão diário, das 9h às 13h, para agilizar os processos de internação involuntária ou compulsória de dependentes químicos, especialmente daqueles que frequentam a Cracolândia, na região central.
(www.cartacapital.com.br. Adaptado.)
Texto 2
Na quebrada dos fim de linha
O crack é o principal desafio para nós, especialistas em drogas. É uma droga com alto potencial para sensibilizar o cérebro, ligando a chave do “quero mais”. O crack é singular. Então, considero que a internação compulsória pode ajudar esses indivíduos em situação de rua. Faria toda a diferença ter um lugar para se desintoxicar e aprender sobre a própria dependência química.
É preciso entender que esses indivíduos já perderam tudo. Queremos dar alguma dignidade a eles, para decidirem mudar de vida. Internados, eles vão sair da dor da síndrome de abstinência, vão ter novas chances. E eles não têm mais autonomia pra decidir se devem ser internados ou não. A droga altera a capacidade de crítica desses indivíduos. O crack age no córtex pré-frontal, que constantemente analisa a realidade e forma o pensamento. Com a dependência, essa capacidade está comprometida. E estamos falando de dependência grave, que já provocou sequela no cérebro. Ainda mais na rua, esses dependentes não têm mais vínculos sociais. Eles precisam dessa oportunidade para receber um bom tratamento, para poder olhar o outro lado da história.
(Ana Cecília Marques. O Estado de S.Paulo, 27.01.2013. Adaptado.)
A partir dos textos e de outros conhecimentos sobre o assunto, escreva uma redação em gênero dissertativo, observando a norma-padrão da língua escrita, sobre o tema:
Internação compulsória de usuários de drogas: solução ou complicação?