Questão
Universidade Federal de Viçosa - UFV
2011
Fase Única
PROPOSTA-REDACA548c7b73758
Discursiva
(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

PRODUÇÃO TEXTUAL

Leia os depoimentos dos escritores abaixo: 

[...] O que me parece é que é preciso fazer um diagnóstico mais preciso, agudo, quanto ao que vai mudar para a cultura escrita, seus gêneros e textos, ao serem produzidos na frente da tela. Aí me parece que o mais importante é considerar a idéia de que a leitura frente à tela é fundamentalmente uma leitura fragmentada. É como se extraíssemos fragmentos de um banco de dados, de um livro eletrônico, de um jornal eletrônico. Bom, esta dimensão, por sua vez, é um recurso muito importante para os textos cuja estrutura é a fragmentação: dicionário, enciclopédia e livros de referência, mais do que para as obras que exigem outro tipo de relação com o texto, como, por exemplo, a compreensão de sua coerência, totalidade e identidade. Neste caso, este tipo de leitura é largamente inadequada. Se tenho razão, haverá uma coexistência entre textos cuja estrutura encontra na nova técnica um suporte particularmente eficaz e outros para os quais é preciso uma forma mais clássica.[...] 

(CHARTIER, Roger. Entrevista a Jéferson Assunção. Jornal Extra Classe-Simpro/RS, nº 76, out. 2003. Disponível em: http://www.sinpro-rs.org.br/extraclasse/out03/entrevista_imp.htm. Acesso em: 24 jun. 2010.)

Essa tecnologia é muito nova e acho que ainda não se encontrou uma linguagem adequada para ela. Por enquanto, utiliza-se muito a rede para fazer pesquisas, sem saber como fazer isso, porque ninguém ensina. Os alunos copiam e colam no trabalho escolar qualquer bobagem. Outro problema é saber se as informações veiculadas são fidedignas. Nesse sentido, o livro é mais confiável. 

(ROCHA, Ruth. Entrevista a Daniela Talomoni. Nova Escola – Língua Portuguesa, edição 213, jul. 2008. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/leitura-nao-pode-ser-so-folia-423575.shtml Acesso em: 24 jun. 2010.)

[...] Hoje, como nos informam a toda hora, os livros estão mudando, aperfeiçoam-se cada vez mais. Para ler modernamente, dever-se-á usar um dos muitos leitores eletrônicos que já existem no mercado e que ainda vão surgir. Segundo uma notícia, um desses aparelhos possibilita que seu usuário (não é mais leitor, é usuário) interaja com as chamadas redes sociais na internet. Suponho que se lê um pedacinho e se manda um comentário via Twitter. Também estarão disponíveis, em breve, livros com trilha sonora e com trechos narrados por voz. Os romances e peças virão com clipes dos cenários descritos pela narrativa, entrevistas com o autor, facilidade em substituir palavras difíceis por sinônimos acessíveis, interatividade com o usuário (“faça seu final, case Romeu com Julieta”) – o céu é o limite. Acredito que, em relação a isso, vale uma comparação com o celular, o qual começou como telefone, mas hoje é máquina fotográfica, batedeira de bolos e ferro de passar e desconfio que está substituindo o(a) parceiro(a) sexual. Admirável livro novo, que faz uma maravilha atrás da outra e nem puxa pela imaginação, tudo já vem imaginado para você. Espero que, tão famosamente equipado, o usuário ainda encontre um tempinho para ler. 

(RIBEIRO, João Ubaldo. No tempo do livro. Caderno 2. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 09 maio 2010.)

A partir da coletânea de textos acima, redija um texto argumentativo, de 20 a 25 linhas, abordando O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA LEITURA. Esse texto irá compor o blog dos alunos de Língua Portuguesa de uma escola pública do Ensino Médio. Seu texto deverá ser escrito de acordo com a norma padrão e ter um título.