(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

As teorias conhecidas como negacionistas vêm ganhando adeptos em diversos lugares do mundo. Termos como “revisionismo histórico” e “negação à ciência” têm sido cada vez mais comuns nos textos jornalísticos e em conversas cotidianas, mostrando que, para muitos, a pesquisa acadêmica e científica já não é mais considerada de confiança. Esses novos ideais podem aparecer de diversas maneiras: o movimento antivacina, que já é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos dez maiores riscos à saúde global, e a teoria do terraplanismo, que coloca em xeque conhecimentos comprovados há séculos sobre o universo, são apenas algumas das faces da disseminação de desinformação, frequentemente impulsionada pela comunicação digital.
A partir da leitura dos excertos e da charge apresentados a seguir, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa. Os textos poderão servir como subsídios para a sua argumentação, mas não devem ser integralmente copiados.
Texto 1:
De tempos em tempos, diversas pesquisas de opinião são realizadas pelo mundo para medir o quanto as pessoas acreditam no sucesso das missões Apollo. O nível de descrença varia de 6% a 57% - este último impressionante número é de levantamento divulgado ano passado pelo VTsIOM, o instituto nacional de pesquisas de opinião da Rússia, e deve refletir sobretudo os esforços de contrapropaganda da Guerra Fria, quando a então União Soviética era rival dos Estados
Unidos na chamada corrida espacial.
Levantamento semelhante realizado pelo instituto Gallup nos Estados Unidos apontou que 6% dos americanos não acreditam que o homem tenha pisado na Lua. Mas outras sondagens chegam a apontar que esse número pode ser bem maior: na casa dos 20%.
De acordo com pesquisa recente realizada pela empresa YouGov, um em cada seis britânicos acredita que a conquista da Lua foi encenada. E, entre os jovens de até 35 anos, "informados" intensamente por canais de YouTube e fóruns de internet, esse número é ainda maior: 21%.
Fonte: <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/07/11/o-que-pensam-os-quenao-acreditam-que-o-homem-chegou-12-vezes-a-lua.ghtml> Acesso em: ago.2019
Texto 2:
Como Chris French explicou à BBC News, as teorias conspiratórias “são transversais em termos de classe social, gênero e idade”, e pressupõem a falácia de que os dois lados de uma disputa científica, social ou política devem ter a mesma veracidade. Se somarmos a isso que uma teoria conspiratória tem, como norma, a capacidade narrativa de criar padrões regulares, podemos compreender que sejam objeto de sedução. Nosso presente parece ter acelerado o poder das conspirações: são cada vez mais frequentes as ideias tóxicas sobre elites que controlam o mundo ou planos delirantes para a introdução de migrantes de origem muçulmana com ajudas governamentais.
Fonte: <https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/21/opinion/1553190541_750395.html>Acesso em: ago.2019
Texto 3:
Atire os primeiros bloquinho e caneta quem nunca ouviu a frase “jornalista tem que ouvir os dois lados”. Acontece que, em ciência, as coisas podem ser um pouco mais complicadas. Ora, não há razão para entrevistar um indivíduo que acredita que a Terra é plana em toda matéria sobre o nosso planeta redondo, muito menos dar voz a alguém que não acredita em vacinas nas reportagens sobre os imunizantes. Nosso guia precisa ser a evidência científica e o que ela nos assegura (ou não) sobre determinado assunto.
Numa palestra inspiradora, a cientista Naomi Oreskes, coautora do livro Merchants of doubt (Mercadores da dúvida, em tradução livre), mostra como a própria indústria se aproveitou desse princípio jornalístico de isonomia para semear um ponto de interrogação na cabeça das pessoas. Isso ocorreu (e ocorre), por exemplo, em questões ligadas ao cigarro ou ao aquecimento global. Nas palavras da própria Naomi, precisamos rejeitar esse conceito de equidade cega e indiscriminada quando fazemos jornalismo de ciência. “Se continuarmos apostando nesse senso errôneo de justiça, cairemos numa falsa equivalência em que misturamos informações factuais com mentiras e desinformação”, afirma.
Fonte: <http://observatoriodaimprensa.com.br/jornalismo-cientifico/dez-inquietacoesideias-e-tendencias-que-pintaram-na-maior-conferencia-de-jornalismo-cientifico-domundo/> Acesso em ago.2019.
Texto 4:

Fonte: <https://domtotal.com/charge/2551/2019/04/buraco-negro/> Acesso: ago.2019.