(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
Reconhece-se, hoje, o grande aumento da expectativa de vida no Brasil. Entretanto, por sermos considerados ainda um país, em grande parte, formado por uma população de jovens, não estamos, infelizmente, preparados para lidar com o envelhecimento de nossa gente.
Tendo como base suas experiências de vida, os textos que compuseram a Prova de Língua Portuguesa desta segunda fase do vestibular que retratam o tema da velhice, bem como os três textos motivadores dispostos abaixo que também versam sobre a temática da velhice e do idoso, escolha UMA das propostas abaixo e componha seu texto.
Proposta 1: Escreva um artigo de opinião, adotando um posicionamento acerca do despreparo do nosso país, incluindo aí a sociedade em geral e as autoridades, para encarar o envelhecimento de nossa população. Suponha que este seu texto será publicado na sessão “Opinião” do jornal de maior circulação da sua cidade.
Proposta 2: Escreva uma crônica, que poderá ser publicada numa coletânea de textos literários com o tema geral sobre a velhice, narrando um episódio de desrespeito a uma pessoa idosa e as implicações de tal ato.
TEXTO I
Excerto da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que institui o Estatuto do Idoso
TÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
[...]
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.74 1.htm. Acesso: 29.10.2017.
TEXTO II
Família e estado lideram atos de desrespeito aos idosos
O último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado em 2012, aponta a existência de 24,85 milhões de idosos no país. Apesar de representar 12,6% da população brasileira e de ter direitos assegurados pela Constituição Federal e Estatuto do Idoso, grande parte das pessoas que já passaram dos 60 anos sofre com atos de desrespeito, violência psicológica e descaso.
Durante o mês de junho a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta para a Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa. A data chama a sociedade à reflexão para a questão, muitas vezes protagonizada pelos próprios familiares dos idosos.
Contudo, se as legislações vigentes garantem os direitos dos idosos, quem pode ser responsabilizado pelos atos de violência e desrespeito, a família ou o estado?
“Eu diria que em ambos os ambientes acontecem atos de violência e talvez um possa desencadear o outro”, opina a coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa, irmã Terezinha Tortelli. [...]
Notícia adaptada do site:
http://www.a12.com/jornalsantuario/noticias/familia-e estado-lideram-atos-de-desrespeito-aos-idosos divulgada no dia 22 de junho de 2015.
TEXTO III
Como se Morre de Velhice
Como se morre de velhice
ou de acidente ou de doença,
morro, Senhor, de indiferença.
Da indiferença deste mundo
onde o que se sente e se pensa
não tem eco, na ausência imensa.
Na ausência, areia movediça
onde se escreve igual sentença
para o que é vencido e o que vença.
Salva-me, Senhor, do horizonte
sem estímulo ou recompensa
onde o amor equivale à ofensa.
De boca amarga e de alma triste
sinto a minha própria presença
num céu de loucura suspensa.
(Já não se morre de velhice
nem de acidente nem de doença,
mas, Senhor, só de indiferença.)
MEIRELES, Cecília. Como se morre de velhice. Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/como-se-morre-de velhice-cecilia-meireles. Acesso: 29/10/2017.