Questão
Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas
2018
Fase Única
PROPOSTA-REDACA6723154d7d3
Discursiva
(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

REDAÇÃO

INSTRUÇÕES GERAIS

I. Dos cuidados gerais a serem tomados pelos candidatos:

1. Leia atentamente as propostas, escolhendo uma das duas para sua prova de Redação.

2. Escreva, na primeira linha do formulário de Redação, o número da proposta escolhida e dê um título ao texto.

3. Redija seu texto a tinta (em preto).

4. Apresente o texto redigido com letra legível (cursiva ou de forma), em padrão estético conveniente (margens, paragrafação etc.).

5. Não coloque o seu nome na folha de Redação.

6. Tenha como padrão básico o mínimo de 30 (trinta) linhas. 

II. Da elaboração da Redação:

1. Atenda, com cuidado, em todos os seus aspectos, à proposta escolhida. Às redações que não atenderem à proposta (adequação ao tema e ao gênero de texto) será atribuída nota zero.

2. Empregue nível de linguagem apropriado à sua escolha.

3. Estruture seu texto utilizando recursos gramaticais e vocabulário adequados. Lembre-se de que o uso correto de pronomes e de conjunções mantém a coesão textual.

4. Seja claro e coerente na exposição de suas ideias.

III. Das Propostas:

DISSERTAÇÃO I

Leia o texto abaixo procurando apreender o tema nele desenvolvido. Em seguida, elabore uma dissertação, na qual você exporá, de modo claro e coerente, suas ideias acerca desse tema. 

A desigualdade não é um acidente na história de uma sociedade, mas sim fruto de deliberadas escolhas políticas e institucionais que favorecem a concentração de renda, bens e benefícios públicos. A situação crítica de muitas regiões brasileiras deveria deixar claro que, quando a desigualdade é profunda e persistente, ela compromete fortemente o devido funcionamento das instituições e a própria coesão social. 

Apesar dos esforços de distribuição de riqueza por intermédio do acesso à educação, saúde, saneamento básico e mesmo assistência social, articulados pela Constituição de 1988, o Brasil não se tornou um país mais justo nas últimas décadas. Como aponta relatório da Oxfam, os 5% mais ricos detêm 95% da renda nacional. As 6 maiores fortunas concentram o mesmo que 50% da população. 

Os indicadores sociais apontam para uma relativa melhoria das condições de vida dos mais pobres propiciada pela estratégia social democrata adotada em 1988, mas mesmo a redução da pobreza não redundou numa significativa redução da desigualdade. 

Há razões para esse paradoxo, e parecem estar, por exemplo, nos diversos benefícios regiamente oferecidos aos mais ricos, nos truques para não pagarem impostos e nas opulentas aposentadorias. 

O problema é que esse padrão de abissal desigualdade institucionalmente entrincheirado corrói o tecido social e perverte o modo como as instituições republicanas funcionam. De um lado a desigualdade inibe a construção de relações de reciprocidade, dificultando que as pessoas vejam a si, e aos demais, como merecedores de igual respeito e consideração. A exclusão e os privilégios, e não verdadeiros direitos, passam a determinar as relações sociais. Numa sociedade individualista e de consumo, como a brasileira, isso redunda necessariamente em tensão social, violência e banalização da vida. 

De outro lado, o enorme desequilíbrio de poder dentro da sociedade, decorrente da extrema desigualdade, também impacta de outro modo: setores influentes da sociedade extraem benefícios inaceitáveis do poder público, enquanto os mais pobres, especialmente quando vistos como ameaça, recebem das instituições tratamento inversamente proporcional: a regra é o descaso, o arbítrio, a violência. O resultado de tudo isso é uma imensa e crescente desconfiança nas instituições. 

A saída dessa crise mais profunda, gerada pela naturalização da desigualdade, dependerá da construção de um novo projeto de nação. 

(Adaptado de: VIEIRA, Oscar Vilhena. Folha de S. Paulo, B2, Cotidiano. 30/09/2017)

DISSERTAÇÃO II

É crescente, em nosso tempo, a predominância dos elementos visuais sobre outros estímulos para a nossa percepção. Nas ruas, os outdoors, os grafites, as pichações e sinalizações de todo tipo convocam a atenção do nosso olhar. Em qualquer parte, as telas eletrônicas de todo porte e de toda natureza hipnotizam-nos com sua profusão de mensagens. Mesmo os shows de música valem-se de efeitos cênicos para se afirmarem visualmente. Será que essa crescente dependência nossa da visualidade de tudo terá como consequência o comprometimento de nossa capacidade de interiorização e de reflexão?

Redija uma dissertação em prosa, na qual você, argumentando com coerência e clareza, se posicionará diante da questão problematizada no texto acima.