Questão
Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
2011
Fase Única
PROPOSTA-REDACA69617f4961f
Discursiva
(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

INSTRUÇÕES:
• Escreva sua Redação no espaço reservado ao rascunho.

• Transcreva seu texto na Folha de Redação, com caneta de tinta azul ou preta, usando, no mínimo, 25 (vinte e cinco) linhas e, no máximo, 30 (trinta) linhas.

• Caso utilize letra de imprensa, faça distinção entre maiúsculas e minúsculas.

• Coloque um título adequado a seu texto. Será anulada a Redação

— redigida fora do tema e alheio ao comando e à forma de composição de texto proposto; 

— apresentada em forma de verso;

— assinada fora do campo apropriado; 

— escrita a lápis ou de forma ilegível;

— constituída apenas da transcrição “ipsis litteris” (total) dos textos da prova.

I.

Educar frustrando?

EM 14 de novembro, na Avenida Paulista, um grupo de cinco jovens agrediu outros jovens sem razão aparente. Não se sabe se o ato foi uma expressão de raiva homofóbica ou apenas a estupidez habitual de um grupinho de adolescentes soltos pelas ruas. Em entrevistas na Folha, os pais de dois dos agressores se colocaram à eterna questão dos adultos quando os filhos aprontam além da conta: “onde foi que a gente errou?”.

Em geral, muito mais do que nos erros dos pais, a origem da conduta criminosa (ou simplesmente estúpida) de um adolescente está no grupo ao qual ele pertence ou ambiciona pertencer.

Mas o que me importa hoje é que os pais, ao interrogar-se sobre o que fizeram de errado, concluíram que talvez eles tivessem colocado poucos limites para os filhos. Os jovens teriam se extraviado porque “faltou pulso”.

Essa ideia é hoje um chavão: recusar, proibir, ou seja, frustrar os desejos dos jovens seria um ato formador do caráter. Àqueles a quem tudo seria dado não teriam noção da lei e dos limites; escravos de sua própria ânsia de satisfação imediata, eles não saberiam lidar com os contratempos da vida.

Para a psicanálise, privação e frustração não são bem a mesma coisa, mas, para o leigo, surge certa contradição: afinal, ser frustrado ou privado estraga ou forma o caráter de nossos rebentos?

Outra leitora, Maria Chantal Amarante, antevendo essa contradição, propôs uma solução: “Frustrar as necessidades básicas deixa feridas imensas” (e pode, portanto e por exemplo, levar à delinquência), mas não por isso seria menos necessário “frustrar os desejos e vontades ilimitados das crianças de hoje”, para que elas não “cresçam achando que podem tudo”. Como Maria Chantal, acho que muitas coisas devem ser recusadas às crianças — desde as que não são adaptadas à idade que elas têm até as que pediriam aos pais um sacrifício excessivo.

Proibir as saídas noturnas e o uso prolongado de computador é ótimo e necessário, mas a autoridade que forma o caráter de um jovem não é só a que diz não às suas vontades; é também a que o autoriza a dizer sim na hora daquelas escolhas de vida que são custosas e decisivas e diante das quais é fácil amarelar.

(CALLIGARIS, Contardo. Educar frustrando? Folha de S. Paulo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1612201026.htm>. Acesso em: 1o maio 2011. Adaptado.).

II.

“Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação que recebem, uma recompensa ou um castigo.”

(J. Petit Senn)

(AFORISMOS. Disponível em: <http://www.sitequente.com/frases/educacao.html>. Acesso em: 1o jun 2011.).

III.



(LAVADO, Joaquín Salvador. (QUINO). Toda Mafalda. Disponível em: <http://programajornaleeducacao.blogspot.com/2011/03/pra-refletir.html>. Acesso em: 1o jun. 2011.).

A partir da leitura das ideias desenvolvidas no fragmento (I), na afirmativa de Petit Senn (II) e nos quadrinhos (III), reflita sobre a forma como as crianças e os jovens estão sendo educados na contemporaneidade e os reflexos dessa educação nas relações sociais, redigindo, a seguir, um texto na forma de dissertação argumentativa sobre o seguinte tema:

“Formar o caráter de um jovem não significa apenas colocar limites, mas, sobretudo, autorizar.”

ORIENTAÇÕES

1. Produza seu texto na modalidade padrão da língua portuguesa.

2. Reflita sobre as ideias presentes nos textos, explicitando os conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação.

3. Apoie-se em fatos, exemplos e argumentos convincentes para garantir a defesa de seu ponto de vista sobre o tema abordado.

4. Selecione informações capazes de instaurar o seu projeto de texto dissertativo-argumentativo, evitando, portanto, a sequência de constatações que impossibilita a unidade e a progressão da sua produção textual.

Obs.: A cópia parcial ou total de textos da Prova implica, nas mesmas proporções, a anulação de sua produção textual.