Questão
Faculdade de Medicina de Petrópolis - FMP
2018
Fase Única
PROPOSTA-REDACA763ddee4ea2
Discursiva
(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

Utilize os textos a seguir como motivadores para a produção da sua Redação. Não os copie.

Texto 1

A manipulação genética tornou real a possibilidade de o homem entrar em um laboratório e interferir na natureza. Deixaram de ser hipóteses futuristas a clonagem de crianças (produzir uma célula ou um organismo assexuadamente a partir de outra célula geneticamente idêntica) — já é feita em animais — e a intervenção no código genético humano. Escolher o sexo, a etnia, engravidar mulheres mais velhas, determinar características antes do nascimento não são temas de filmes de terror ou ficção científica. Às portas do século 21, fertilização in vitro, gravidez pós-menopausa, determinação de sexo e de doenças genéticas e implante de óvulos de fetos 
abortados são assuntos que geram discussões científicas e éticas sobre os limites e consequências da interferência da medicina na, até há pouco, natural reprodução humana.

Quanto mais a engenharia genética progredir, mais haverá condições de manipular a espécie humana. Assim, o avanço nas pesquisas em direção à manipulação do nascimento e das características do homem tem dois lados. Sob um aspecto, poderá trazer benefícios fantásticos, como a cura das doenças genéticas. Mas, como todas as técnicas, ela corre o risco de ter seus usos indevidos — como foi o caso do uso indevido da energia atômica. Basta imaginar que o método serviria para ditadores como Hitler criarem exércitos de filhos de proveta — totalmente adaptados a um admirável mundo novo. Sem falar no medo da disseminação descontrolada das clínicas de terapia 
gênicas e do aparecimento de um mercado ilegal de fabricação de embriões.

RASKIN, S. Educar em Revista. n.11. Curitiba, jan./dec. 1995. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40601995000100005>. Acesso em: 28 jun. 2017. (Adaptado)

Texto 2

O avanço da medicina rumo à determinação de novos tratamentos clínicos e cirúrgicos e de novos métodos de diagnósticos envolve a experimentação em seres humanos. A experimentação em animais não humanos, os modernos modelos matemáticos e estatísticos e o uso intensivo da informática não conseguiram excluir a fase final de experimentar em seres humanos.

O rigor científico, refletido no rígido delineamento da pesquisa, há que ser atendido em qualquer tipo de experimento. Modelos matemáticos para determinação do número de amostra, randomização, uso de placebo, wash-out, duplo-cego, tempo de seguimento, etc. são aspectos rotineiramente aplicados e avaliados nos experimentos em seres humanos.

O uso de seres humanos em experimentos científicos traz inegáveis benefícios para a sociedade. No entanto, há sempre o conflito entre o indivíduo submetido à experimentação e a ciência.

A ciência não está isolada da sociedade e, portanto, sofre influências éticas, políticas, econômicas, ideológicas, étnicas, etc. Os experimentos conduzidos por médicos alemães, durante o regime nazista, em prisioneiros raciais, políticos e militares é o maior exemplo do século XX em que a balança pendeu radicalmente para o interesse da “sociedade” em detrimento dos interesses do indivíduo.

Devemos sempre lembrar que o objetivo da pesquisa é melhorar a saúde e o bem-estar dos pacientes e nunca causar danos ou submetê-los a graves riscos para obter esses objetivos.

A luz da ética iluminando o caminho da ciência é o ideal que devemos almejar ativamente. Portanto, a busca desse ideal deve ser realizada com a participação efetiva de todos os parceiros da ciência, entre eles os pesquisadores, as agências financiadoras, os editores e os leitores das revistas científicas.

SARDENBERG, T. A ética da pesquisa em seres humanos e a publicação de artigos científicos. Jornal de Pneumologia, vol.25, 
n.2. São Paulo, abril de 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35861999000200001>. 
Acesso em: 28 jun. 2017. (Adaptado)

Os textos motivadores apresentam algumas reflexões sobre vários aspectos que envolvem a questão da “ética” nas pesquisas científicas.  

Tomando-as como ponto de partida, elabore um texto dissertativo-argumentativo em que você discuta esse tema e expresse sua opinião acerca da relação entre ética e pesquisa médica. 

Justifique sua opinião com argumentos.

No desenvolvimento do tema, o candidato deverá

a) demonstrar domínio da escrita-padrão;

b) manter a abordagem nos limites da proposta;

c) redigir o texto no modo dissertativo-argumentativo (não serão aceitos textos narrativos nem poemas);

d) demonstrar capacidade de selecionar, organizar e relacionar argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista.

Apresentação da Redação

a) O texto deverá ter de 25 a 30 linhas, mantendo-se no limite de espaço para a Redação.