(PROPOSTA DE REDAÇÃO)
Utilize os textos a seguir como motivadores para a produção da sua Redação. Não os copie.
Texto 1
A manipulação genética tornou real a possibilidade de o homem entrar em um laboratório e interferir na natureza. Deixaram de ser hipóteses futuristas a clonagem de crianças (produzir uma célula ou um organismo assexuadamente a partir de outra célula geneticamente idêntica) — já é feita em animais — e a intervenção no código genético humano. Escolher o sexo, a etnia, engravidar mulheres mais velhas, determinar características antes do nascimento não são temas de filmes de terror ou ficção científica. Às portas do século 21, fertilização in vitro, gravidez pós-menopausa, determinação de sexo e de doenças genéticas e implante de óvulos de fetos
abortados são assuntos que geram discussões científicas e éticas sobre os limites e consequências da interferência da medicina na, até há pouco, natural reprodução humana.
Quanto mais a engenharia genética progredir, mais haverá condições de manipular a espécie humana. Assim, o avanço nas pesquisas em direção à manipulação do nascimento e das características do homem tem dois lados. Sob um aspecto, poderá trazer benefícios fantásticos, como a cura das doenças genéticas. Mas, como todas as técnicas, ela corre o risco de ter seus usos indevidos — como foi o caso do uso indevido da energia atômica. Basta imaginar que o método serviria para ditadores como Hitler criarem exércitos de filhos de proveta — totalmente adaptados a um admirável mundo novo. Sem falar no medo da disseminação descontrolada das clínicas de terapia
gênicas e do aparecimento de um mercado ilegal de fabricação de embriões.
RASKIN, S. Educar em Revista. n.11. Curitiba, jan./dec. 1995. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40601995000100005>. Acesso em: 28 jun. 2017. (Adaptado)
Texto 2
O avanço da medicina rumo à determinação de novos tratamentos clínicos e cirúrgicos e de novos métodos de diagnósticos envolve a experimentação em seres humanos. A experimentação em animais não humanos, os modernos modelos matemáticos e estatísticos e o uso intensivo da informática não conseguiram excluir a fase final de experimentar em seres humanos.
O rigor científico, refletido no rígido delineamento da pesquisa, há que ser atendido em qualquer tipo de experimento. Modelos matemáticos para determinação do número de amostra, randomização, uso de placebo, wash-out, duplo-cego, tempo de seguimento, etc. são aspectos rotineiramente aplicados e avaliados nos experimentos em seres humanos.
O uso de seres humanos em experimentos científicos traz inegáveis benefícios para a sociedade. No entanto, há sempre o conflito entre o indivíduo submetido à experimentação e a ciência.
A ciência não está isolada da sociedade e, portanto, sofre influências éticas, políticas, econômicas, ideológicas, étnicas, etc. Os experimentos conduzidos por médicos alemães, durante o regime nazista, em prisioneiros raciais, políticos e militares é o maior exemplo do século XX em que a balança pendeu radicalmente para o interesse da “sociedade” em detrimento dos interesses do indivíduo.
Devemos sempre lembrar que o objetivo da pesquisa é melhorar a saúde e o bem-estar dos pacientes e nunca causar danos ou submetê-los a graves riscos para obter esses objetivos.
A luz da ética iluminando o caminho da ciência é o ideal que devemos almejar ativamente. Portanto, a busca desse ideal deve ser realizada com a participação efetiva de todos os parceiros da ciência, entre eles os pesquisadores, as agências financiadoras, os editores e os leitores das revistas científicas.
SARDENBERG, T. A ética da pesquisa em seres humanos e a publicação de artigos científicos. Jornal de Pneumologia, vol.25,
n.2. São Paulo, abril de 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35861999000200001>.
Acesso em: 28 jun. 2017. (Adaptado)
Os textos motivadores apresentam algumas reflexões sobre vários aspectos que envolvem a questão da “ética” nas pesquisas científicas.
Tomando-as como ponto de partida, elabore um texto dissertativo-argumentativo em que você discuta esse tema e expresse sua opinião acerca da relação entre ética e pesquisa médica.
Justifique sua opinião com argumentos.
No desenvolvimento do tema, o candidato deverá
a) demonstrar domínio da escrita-padrão;
b) manter a abordagem nos limites da proposta;
c) redigir o texto no modo dissertativo-argumentativo (não serão aceitos textos narrativos nem poemas);
d) demonstrar capacidade de selecionar, organizar e relacionar argumentos, fatos e opiniões para defender seu ponto de vista.
Apresentação da Redação
a) O texto deverá ter de 25 a 30 linhas, mantendo-se no limite de espaço para a Redação.