(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Texto 1
Pedófilos assediam participante do MasterChef pelo Twitter Quando Valentina Schulz, de 12 anos, apareceu no MasterChef Júnior Brasil, em vez de apreciarem apenas a culinária, alguns telespectadores foram às redes sociais e postaram comentários inapropriados e de assédio. A reação on-line foi a chama para um movimento em todo o país, iniciado pela ong Think Olga, em que mulheres de todo o Brasil compartilham as próprias histórias de abuso.
Disponível em: <https://www.google.com.br/trends/story/BR_cu_Awe0NVEBAADmsM_en>. Acesso em: jul. 2016.
Texto 2
Violência sexual contra a criança cresce em SP
Todos os dias, em média nove moradores de São Paulo ligam para o Disque 100, telefone da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, denunciando casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. E o pior: esse número cresceu 16% desde 2011, fazendo do estado o líder absoluto nesse tipo de ocorrência no país.
“Os números são altos e preocupantes, porque se mantêm elevados mesmo depois das muitas ações governamentais realizadas na última década para tentar reduzi-los”, disse Irina Bacci, ouvidora nacional de Direitos Humanos.
Na capital paulista, esses casos normalmente chegam ao Núcleo de Violência Sexual do Hospital Estadual Pérola Byington, o único capacitado para fazer exame de corpo de delito nas vítimas menores de idade. Ali, as estatísticas também são alarmantes e indicam que o número de atendimentos triplicou nos primeiros dez anos do serviço, de 2001 a 2011.
De acordo com o levantamento, 1.088 crianças de até 12 anos foram atendidas pelo serviço do hospital em 2011. Dez anos antes, em 2001, esse número foi de 352 atendimentos. A Secretaria Estadual de Saúde, responsável pelo hospital, não passou dados atuais dos acolhimentos.
“Esse aumento é um reflexo assustador de uma cultura machista que ainda prevalece e também, por outro lado, das pessoas que estão mais atentas e seguras para denunciar”, disse a psicóloga Olga Mattioli, coordenadora do Núcleo de Estudos da Violência em Relações de Gênero da Unesp.
O Brasil registra uma média de 87 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes por dia. Essa é a quarta violação mais recorrente contra menores denunciada no Disque 100, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
Fernando Granato
Disponível em: <http://www.diariosp.com.br/noticia/detalhe/82963/violencia-sexual-contra-a-crianca-cresce-em-sp>. Acesso em: jul. 2016.
Texto 3
Causas da violência sexual contra crianças e adolescentes
A violência sexual contra crianças e adolescentes apresenta causas múltiplas e complexas. Ela está relacionada com questões sociais, econômicas e culturais e deve ser analisada com cuidado e critério levando em conta as diferentes variáveis para o abuso e a exploração sexual. Além das causas diversas, existem também contextos em que o problema se insere que podem agravá-lo ou dificultar o seu enfrentamento.
A violência sexual assusta e está coberta por um manto de tabu e silêncio. Ao mesmo tempo em que é difícil falar do assunto, não se pode atribuir uma causa especifica. É comum escutar que a causa é a pobreza, que isso “acontece no Nordeste” ou que é “culpa do pedófilo”. Identificar as diversas origens desse problema é fundamental para poder enfrentá-lo.
Os fatores indutores da violência sexual precisam ser combinados com grupos sociais e culturais, momentos históricos e características econômicas. Isolado, um fator como a pobreza não deve ser considerado indutor da violência.
Segundo a socióloga Graça Gadelha, consultora da Childhood Brasil e especialista na área da infância, pesquisas apontam que fatores econômicos são aspectos propiciadores e facilitadores da violência sexual, mas não são determinantes. “O abuso sexual no Brasil não tem uma classe social”, afirma.
Já a exploração sexual pressupõe uma relação de mercantilização em que o sexo é fruto de uma troca, seja ela financeira, de favores ou presentes – podendo até ser um prato de comida. Muitasvezes o agressor acredita estar ajudando a criança e o adolescente. “Infelizmente permanecem diversas fragilidades relacionadas à sobrevivência, que nos dão mais elementos para dizer que a exploração sexual tende a acontecer com mais frequência com os menos favorecidos economicamente”, diz Graça.
Também temos que considerar o fato de famílias menos favorecidas terem menor condição de acompanhar e orientar seus filhos por trabalharem fora e não terem uma rede de apoio. Por outro lado, a insuficiência ou falta de políticas públicas nas várias esferas não apoiam e nem garantem um atendimento integrado, contínuo e de qualidade a essas famílias.
Disponível em: <http://www.childhood.org.br/causas-da-violencia-sexual-contra-criancas-e-adolescentes>. Acesso em: jul. 2016.
Questão de cultura, falta de educação, informação ou doença psicológica?
Sempre existiram o assédio sexual e a violência, seja ela feita por terceiros, simples desconhecidos ou muitas vezes dentro de casa. O que mudou foi a forma de nos comunicar, através de redes sociais: com isso, o agressor não é reconhecido ou simplesmente escreve sem pensar nas consequências.
O que temos que mudar em nossa cultura para conseguirmos mais respeito?
Com base nos textos apresentados, escreva uma dissertação argumentando sobre o tema.