Questão
Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP
2016
Fase Única
PROPOSTA-REDACA820503d499a
Discursiva
(PROPOSTA DE REDAÇÃO)

DEPENDÊNCIA DA INTERNET

Texto 1

Contra vício na internet, campanha faz detox digital O despachante Marcelo Corrêa, de 42 anos, sempre gostou de se comunicar pela internet: foi usuário de programas dos mensagens instantâneas Icq e MSN e adorava o Orkut. Depois se afeiçoou ao Facebook. Ele percebeu que estava dependente quando, em viagens com a mulher para o sítio da família, passou a se sentir mal por estar desconectado. [...] Em 2014, ao notar o trabalho prejudicado pelo vício, ele procurou ajuda. Percebeu que o quadro de ansiedade extrema, estresse e síndrome do pânico estava ligado à dependência digital. Curou-se após tratamento, o “detox digital”, que dura dois meses no Instituto Delete, ligado ao Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro. [...] O atendimento do instituto começou em 2012 e já recebeu mais de 300 pessoas. Os seis membros da equipe pesquisam há sete anos a chamada nomofobia (“nomo” vem do inglês “no mobile”, que quer dizer “sem celular”) e publicaram teses relacionadas ao tema.

Estudada nos EUA há 20 anos, a dependência é quase invisível socialmente. Revela-se quando a relação com a internet deixa de ser casual e se torna obsessiva, atrapalhando relações sociais e atividades rotineiras e criando isolamento.

Roberta Pennafort, O Estado de São Paulo, 27 jun. 2015. Adaptado.

Texto 2

Eu amo a internet

Imagine tudo que a internet tem nos proporcionado nesses últimos anos, toda a conectividade, a facilidade de nos comunicarmos com o mundo, as diversas formas de adquirir conhecimento, a geração de negócios, o entretenimento e todos os outros benefícios que a rede proporciona.

Um dia a nossa geração será lembrada como a geração que se tornou on-line. [...] Qualquer fábrica, usina elétrica, indústria química ou de processamento de alimentos, tudo em nossa volta é controlado por computadores e depende do trabalho desses computadores. É verdade que nos tornamos muito dependentes do funcionamento da internet, e isso acabou criando novos problemas, mas precisamos continuar trabalhando mesmo se os computadores falharem. Eu amo a internet. Pense nos serviços e em todas as facilidades que temos na rede, agora pense se, de uma hora para outra, esses benefícios fossem tirados de você, se algum dia você não mais os tivesse por alguma razão. Eu vejo beleza no futuro da internet, mas receio que talvez a nossa geração, que se tornou on-line, não veja isso acontecer.

Mikko Hypponen
Disponível em: <http://www.baguete.com.br/artigos/1008/mikko-hypponen/29/08/2011/eu-amo-a-internet>. Acesso em: 26 jul. 2015.

Texto 3

Jornalista passa um ano sem internet e admite que vida off-line decepcionou

A missão à qual Paul Miller, ex-editor do blog de tecnologia Engadget, se propôs a cumprir não era nada fácil: ficar um ano sem usar internet. O jornalista se desconectou completamente em 30 de abril de 2012, dando adeus aos e-mails, tuítes e posts no Facebook. Isso porque estava se sentindo sufocado pela vida on-line. Concluída a experiência, ele admite agora que a vida on-line não era assim tão ruim. “Eu estava errado”, escreveu Miller, ao dar sinal de vida (digital).

Miller relembra que toda a experiência começou porque ele sentia, aos 26 anos, que a internet o estava tornando improdutivo. Tudo parecia sem sentido na sua vida, como se estar conectado tivesse “corrompido sua alma”. [...] Enquanto redescobria coisas básicas da vida, como recorrer a mapas de papel para encontrar locais e ligar direto na companhia para comprar um bilhete de avião (em vez de ficar comparando opções na internet), [...] Outros aspectos de sua vida também começaram a pesar. Faltava motivação para ler um bom livro, sair de casa para encontrar os amigos. Miller diz que foi no final de 2012 que ele abandonou escolhas positivas da vida off-line e descobriu vícios. Ficou preguiçoso e passava semanas sem ver os amigos (e horas jogando videogame). Seu lugar preferido passou a ser o sofá de casa.

Miller então percebeu que escolhas morais não eram assim tão diferentes no mundo desconectado. Diz que sem internet é mais difícil encontrar pessoas. “É mais difícil ligar que mandar um e-mail.” Fora da internet, sua existência se tornou banal e “os piores lados” dele começaram a surgir. Um deles era o antissocial. “Meus pais ficavam fulos imaginando se eu ainda estava vivo, e mandavam minha irmã me visitar para ver como eu estava. Na internet, era fácil se assegurar de que as pessoas estavam vivas e sãs, fácil de colaborar com meus colegas de trabalho, fácil de ser uma parte relevantes da sociedade”, escreveu. Foi quando ele chegou à conclusão de que o Paul de verdade e o mundo de verdade estavam intrinsecamente conectados à internet. “Não quero dizer que minha vida era diferente sem internet, só não era a vida real.”

Ficar sem internet por um ano foi certamente um grande ato de desapego e coragem de Miller. E ele foi ainda mais corajoso quando admitiu que não era bem a internet a fonte dos problemas na vida.

Ana Ikeda
Disponível em: <http://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br/2013/05/02/jornalista-passa-um-ano-sem-internet-e-admite-quevida-offline-decepcionou/>. Acesso em: 26 jul. 2015. Adaptado.

Com base nas informações, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema proposto.