PROPOSTA DE REDAÇÃO
Como ampliar o alcance das inovações científicas?
Claudia Collucci
Folha de S. Paulo
A incorporação de novas tecnologias médicas constitui hoje um dos grandes desafios dos sistemas de saúde. Se por um lado é desejável ampliar o acesso a terapias mais eficazes, por outro, esse é um dos fatores que mais encarecem a assistência.
Estudos estimam que ao menos um terço dos custos na saúde se deve às novas tecnologias, presentes hoje em todas as áreas médicas, de prevenção e diagnóstico a tratamento e reabilitação.
A telemedicina, por exemplo, tem permitido que o conhecimento de hospitais de ponta chegue a unidades públicas distantes. Os robôs possibilitam que cirurgias sejam feitas por meio de pequenos cortes, com menos sangramento e recuperação mais rápida. Nas salas híbridas, exames de imagem são feitos durante a operação, aumentando a precisão do procedimento.
Mas como aumentar o acesso a essas terapias cada vez mais caras em um cenário de recessão mundial e de envelhecimento da população – o que também pressiona o custo da saúde? "Gastar mais não tem significado melhor qualidade dos serviços de saúde", diz o economista Amitabh Chandra, professor da Harvard Kennedy School of Government, que esteve recentemente no Brasil. Na comparação com outros países desenvolvidos, como Holanda, Reino Unido, Austrália, Alemanha e Canadá, os EUA gastam mais e têm indicadores de saúde piores. Para o economista Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suple-mentar), se não houver freios, o Brasil corre o risco de repetir os mesmos erros dos norte-americanos. Estudo do IESS mostra que os cinco Estados brasileiros com maior PIB (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná) têm, proporcionalmente, mais mamógrafos, ressonância magnética e tomógrafos do que o Reino Unido. O Rio de Janeiro é o primeiro no ranking de disponibilidade de ressonância magnética, com índice de 1,39 aparelhos por mil habitantes. Na Alemanha, o índice é de 1,08.
Na opinião de Paulo Furquim, coordenador do centro de pesquisa em estratégia do Insper (Instituto de Ensino Superior e de Pesquisa), é importante que o setor usufrua dos avanços da medicina, mas é fundamental que os efeitos dos custos sejam mais bem analisados. "Os recursos são finitos. E, no final das contas, quem paga é o usuário [de plano de saúde] e o contribuinte", diz.
Para a ampliação do acesso às novas tecnologias, ele defende uma mudança na lógica de mercado. "Hoje é rentável para a indústria inovar em qualidade, sem se preocupar com o custo. Qualidade e custo precisam estar na mesma balança."
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Disponível em http://temas.folha.uol.com.br/tecnologia-em-saude/debate/como-ampliar-o-alcance-das-inovacoes-cientificas.shtml. Acesso em: 05/02/2018.
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