PROPOSTA DE REDAÇÃO
O editorial é um gênero discursivo cujo objetivo é manifestar a perspectiva assumida por um veículo de comunicação, como um jornal ou revista, considerando diferentes pontos de vista sobre um assunto em evidência no cenário nacional ou internacional. Deve ter caráter informativo e argumentativo.
Assuma a função de editorialista do (hipotético) Jornal Total, de ampla circulação na América Latina. Para a elaboração de seu editorial, leia os excertos a seguir, apresente a questão, os fatos, os pontos de vista que considerar pertinentes e se posicione, como representante do jornal, acerca do tema
“Fronteiras físicas, ideológicas e a resolução de problemas mundiais”
TEXTO 1
Estamos em meio a uma globalização econômica e financeira. As mercadorias nunca atravessaram as fronteiras com tanta facilidade; vivemos uma uniformização cultural profunda, na qual a informação e a grande mídia também são globais; os grandes conflitos são cada vez mais transnacionais. Ou seja: vivemos de certo modo em um mundo sem fronteiras. Mas, ao mesmo tempo, algumas fronteiras físicas entre Estados-Nação, nascidos em geral no século 19 ou 20, são cada vez mais altas. Eis o grande paradoxo.
NETTO, Andrei. Enquanto mercadorias atravessam fronteiras com extrema facilidade, os muros entre os homens estão cada vez mais intransponíveis. O Estado de S. Paulo. 05 set. 2015. Entrevista Francis Wolff. Disponível em: <http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,o-mundo-fora-dos-trilhos,1756880>. Acesso em: 07 set. 2015. (Adaptado).
TEXTO 2
Jamais haverá infraestrutura e trabalho suficiente para todos que querem fugir da miséria e da violência que assolam certas regiões do mundo. O problema está lá e somente lá é que podemos achar uma solução real e duradoura. A capacidade de um país desenvolvido receber refugiados tem um limite que não convém extrapolar, porque pode ser contraproducente e, em vez de resolver o problema, provocará outro, o de favorecer movimentos xenófobos e racistas.
LLOSA, Mario Vargas. O menino morto na praia. O Estado de S. Paulo. 20 set. 2015. Disponível em <http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,o-menino-morto-na-praia,1765492>. Acesso em: 20 set. 2015. (Adaptado).
TEXTO 3
Só nos últimos dois anos, meio milhão de pessoas se aventuraram em perigosas viagens para fugir da guerra, da fome, do horror que assola o Oriente Médio e o Norte da África. Os líderes europeus não conseguem lembrar-se de que do mesmo solo que habitam saíram dezenas de milhões de pessoas em direção ao Novo Mundo há pouco mais de um século. Até a imagem icônica do pequeno cadáver de Aylan Kurdi gritar com a força do horror, a Europa e o mundo pareciam ter se esquecido de que todos somos imigrantes.
BARBOZA, Mariana Q. Fronteiras do horror. Isto é. 9 set. 2015. Ano 38, n. 2388. p. 58 – 62. Especial. (Adaptado).
TEXTO 4
Por que a humanidade precisa de uma fotografia como a de Aylan para se lembrar justamente de sua humanidade? A perturbação causada pela cena do pequeno Aylan entregue na praia é análoga ao abalo provocado por outras imagens icônicas: a criança sudanesa faminta, observada por um abutre; a solidão do estudante na Praça da Paz Celestial [na China] enfrentando o canhão de guerra; o desalento do corpo caindo do World Trade Center instantes depois do choque dos aviões no 11 de setembro. Mas a comparação mais imediata é com a foto da garota Kim Phuc, em 1972, vitima de uma bomba de napalm na Guerra do Vietnam. Todas essas fotos nos estraçalham porque individualizam a tragédia. Colocam sobre os ombros frágeis de um personagem a representação de todos que foram vítimas do mesmo infortúnio.
TAVARES, Flavia. O horror de um retrato. Época. 7 set. 2015. n. 900. p. 58-61. Ideias. (Adaptado).
TEXTO 5
Nenhum caso ombreia com o da Alemanha, seja em quantidade de acolhimentos, seja em recursos investidos para acomodar os recém chegados, seja em capacidade de enxergar a questão em sua tríplice dimensão – moral, econômica e histórica. A questão moral está bem atendida pela mobilização da população alemã, com donativo, roupas, brinquedos. A questão econômica funda-se na tendência declinante da população alemã. A questão histórica traduz-se na purgação que a oportunidade oferece para o passado alemão. A Alemanha da “raça superior”, do “espaço vital”, de Auschwitz, da praga nazista, já demonstrou, ao longo dos últimos 70 anos, que está curada do mal.
TOLEDO, Roberto Pompeu de. Alemanha, 7 a 1. Veja, ed. 2443. Ano 48, n. 37. 16 set. 2015. p. 106. (Adaptado).
TEXTO 6
É bastante disseminada a crença de que são de origem recente os grandes problemas que atormentam hoje a humanidade, como a “nova diáspora da terra”, de feições a cada dia mais trágicas e agora incluindo o território europeu, com a fuga para lá de africanos, turcos, sírios. A informação dissemina-se mais rapidamente que o vento – mas não significa transformações rumo a um mundo melhor para todas as pessoas. Miséria, fome, injustiça alastram-se. O noticiário de agora está cada vez mais amplo em torno dos refugiados ou fugitivos. E as alternativas ainda não estão à vista.
NOVAES, W. Hoje, como ontem. E amanhã, como será? O Estado de S. Paulo. 18 set. 2015. A2. Disponível em: <http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,hoje--como-ontem-e-amanha--como-sera--imp-,1764545>. Acesso em: 18 set. 2015. (Adaptado).
INSTRUÇÕES:
- Redija o texto - EDITORIAL - na modalidade escrita culta da língua portuguesa.
- Seu texto deverá ter, no mínimo, 15 linhas na folha de redação.
- Dê um título ao seu texto.