PROPOSTA DE REDAÇÃO
“No princípio criou Deus o céu e a terra. A terra, porém estava vazia e nua; e as trevas cobriam a face do abismo; e o espírito de Deus era levado por cima das águas.
Disse Deus: Faça-se a luz. E fez-se a luz. E viu Deus que a luz era boa; e dividiu a luz das trevas. E chamou à luz dia, e às trevas, noite; e da tarde e da manhã se fez o dia primeiro.
Disse também Deus: Faça-se o firmamento no meio das águas, e separe umas águas das outras águas. E fez Deus o firmamento, e dividiu as águas, que estavam por baixo do firmamento, das águas que estavam por cima do firmamento. Chamou Deus ao firmamento céu; e da tarde e da manhã se fez o dia segundo.”
Bíblia Sagrada. Tradução do Padre Antonio Pereira de Figueiredo. Erechim. RS.: EDELBRA (Editora e Livraria Brasileira, Ltda.)
Texto II

MAGRITTE, René. L’échelle de feu (Escala de Fogo), 1939. 27 x 34 cm. Coleção Edward James Foundation, Chichester, Inglaterra. In: Magritte – signos e imagenes. Barcelona: Editorial Blume, 1978. p. 236.
Texto III
“Tudo é teu, que enuncias. Toda forma
nasce uma segunda vez e torna
infinitamente a nascer. O pó das coisas
ainda é um nascer em que bailam mésons.
E a palavra, um ser
esquecido de quem o criou; flutua,
reparte-se em signos — Pedro, Minas Gerais, beneditino —
para incluir-se no semblante do mundo.
O nome é bem mais do que o nome: o além-da-coisa,
coisa livre de coisa, circulando.
E a terra, palavra espacial, tatuada de sonhos,
cálculos.”
ANDRADE, Carlos Drummond de. “Origem – a palavra e a terra”, parte V. In “Lição de Coisas”. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1977, p. 325.
Texto IV
“Ora, é preciso atribuir ao som da linguagem função idêntica à da imagem mítica, a mesma tendência para persistir. Também a palavra, como o deus ou o demônio, não é para o homem uma criatura por ele próprio criada, mas se lhe apresenta como algo existente e significativo por direito próprio, como uma realidade objetiva. Tão logo a faísca haja saltado, tão logo a tensão e a emoção do momento tenham se descarregado na palavra ou na imagem mítica, enceta-se, em certa medida, uma peripécia do espírito; sua excitação, enquanto simples estado subjetivo, extinguiu-se, desabrochou na conformação do mito ou da linguagem.”
CASSIRER, Ernst. Linguagem e Mito. Tradução de J. Guinsburg e Miriam Schnaiderman. São Paulo: Editora
Perspectiva, 1972, p. 55.
PROPOSTA
Você deve valer-se dos textos, verbais e pictórico, oferecidos como mensagens-estímulo para elaborar sua Redação. Sugere-se, mas não se obriga, que elas sejam lidas na seqüência em que ora aparecem: a primeira alegorizando a criação e a nomeação do mundo sob o ponto de vista místico; as duas seguintes apresentando a disposição do homem feito artista a partir das coisas criadas; e a última refletindo este processo conjugando mito e linguagem.
Elabore um texto dissertativo que tenha como eixo temático as mensagens-estímulo oferecidas. Sugere-se que esse eixo seja mito e linguagem. Seja o mais coeso e coerente possível, discutindo, de maneira convincente, o raciocínio que vier a desenvolver. Dê um título a seu texto que sintetize a tese por você defendida.