PROPOSTA DE REDAÇÃO
- Leia, com atenção, os dois temas propostos. Em seguida, ESCOLHA UM DELES e elabore sua Redação.
- Escreva sua Redação no espaço reservado ao rascunho.
- Transcreva seu texto na Folha de Redação, usando caneta de tinta azul ou preta.
- Não utilize letra de imprensa.
Será anulada a Redação
— redigida fora do tema proposto;
— apresentada em forma de verso;
— assinada fora do campo próprio;
Tema I
Crime e castigo
Interrogado pelo comissário, jurou inocência. Inquirido pelo delegado, voltou a jurar. Não acreditaram. Foi indiciado, pronunciado, julgado, condenado. Sempre gritando que estava inocente.
No fim de cinco anos de prisão, acabou convencido de que era mesmo culpado. Pediu que o julgassem novamente, para agravamento de pena. Em vez disto, soltaram-no porque findara a pena.
Saiu confuso, já não tinha certeza se era culpado ou inocente, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Como toda gente.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Organizada pelo autor. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988. p. 1257).
Tomando o miniconto como uma metáfora da condição humana ao longo da vida, escreva um texto argumentativo em que você focalize o ser humano como culpado e/ou inocente dentro do contexto social em que ele se encontra hoje. Apóie seus argumentos em fatos ou explicações.
Tema II
Entre a herança dos anos libertários de 68 e o desenvolvimento de um pensamento pós-moderno, os valores ditos femininos manifestaram-se e são cada vez mais valorizados socialmente. A negociação e a mediação como formas de resolução de conflitos são preferíveis ao autoritarismo, mesmo na prática de certos dirigentes políticos. A cooperação e a solidariedade, e mesmo a assistência ao outro, esvaziam o espírito de competição e o egoísmo. A educação pedagógica substitui, pouco a pouco, antigas formas repressivas de disciplina. Nas sociedades ocidentais, esse processo de “feminização” começou a aparecer tanto na organização do trabalho quanto nos modos de vida, nas formas de consumo ou de comunicação.
O fim do século XX parece marcar uma ruptura na história da invisibilidade das mulheres. Só lhes falta maior participação na representação política. No mais, caminhamos para um pós-feminismo, no qual a idéia de associação, de mixagem, tornou-se um valor fundamental, ético e universal, pois homens e mulheres não podem viver uns sem os outros.
Sob essa ótica, a diferença entre os sexos não invalida a igualdade entre eles; ao contrário, torna-a mais rica. Eis por que, em vez de pensar numa guerra entre homens e mulheres, é preciso encarar as relações como uma negociação, uma política de sexos, em que as diferenças sejam racionalizadas não em termos de superioridade e inferioridade, mas de singularidade.
(PRIORE, Mary Del. Mulheres brasileiras: uma certa história. In: PRIORE, Mary Del et al. 500 anos de Brasil: histórias e reflexões. São Paulo: Scipione, 1999. p. 20. (Ponto de apoio).
A partir da leitura do fragmento em destaque, construa um texto argumentativo, posicionando-se, criticamente, sobre a relação entre homens e mulheres na sociedade contemporânea e destacando o processo de “feminização” no modo de viver, o que torna essa relação mais rica e singular.