
Palestrina recebeu o crédito de “salvar” a música da igreja católica após o Concílio de Trento (1545-1563) ter condenado a música litúrgica de natureza “lasciva ou impura”. Entre as ofensas citadas estavam as missas e motetos que utilizavam melodias seculares obscenas e a escrita polifônica muito elaborada, que obscurecia o sentido do texto. Ao compor a Missa Papae Marcelli, Palestrina ofereceu aos membros do Concílio o que queriam: linhas melódicas claras e fluentes que permitiam a declamação natural do drama do texto. Como resultado, os compositores foram autorizados a continuar a escrever música polifônica e a música foi “salva” (ou assim diz a lenda). Parece improvável que a Missa Papae Marcelli tenha sido escrita com a intenção de salvar a música, e parece ser apenas o trabalho de um músico de igreja por profissão que (assim como Bach) estava disposto a fazer alguns pequenos ajustes para atender a certos requisitos, porque era o mais sensato a fazer.
Steven Ziegler. Palestrina: Kyrie, Gloria, and Agnus Dei from Missa Papae Marcelli, notas de programa para a San Francisco Symphony. Internet: <www.sfsymphony.org> (traduzido e adaptado).
Considerando o texto anterior, o fragmento da partitura da Missa Papae Marcelli, de Palestrina, e sabendo que, em música, melisma se refere a uma sequência de várias notas cantadas em cima de uma única sílaba, julgue o item que se segue.
A música do Kyrie da Missa Papae Marcelli possui uma textura homofônica, já que as vozes se movem juntas em blocos de acordes.