Para compreendermos hoje uma sátira escrita há duzentos anos é preciso lembrar a função que exercia, de tendência moralizadora muito próxima ao que é o jornalismo. Dos pequenos sonetos de maledicência ou debique¹ aos poemas longos, ajustados à norma do gênero; uns arredondando-se no riso, outros encrespados pela indignação; uns visando as pessoas na sua singularidade, outros querendo abranger princípios e ideias, − todos assumiam atitude crítica e manifestavam desejo de orientar e corrigir, como a imprensa moderna.
(Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira: Momentos Decisivos, Editora Itatiaia Ltda., Belo Horizonte, 6.ª Edição, 2000, pág. 147)
¹debique: zombaria, troça
Tomando por base o exposto pelo crítico literário, assinale a única passagem abaixo com um excerto que não corresponda ao gênero satírico.