Questão
Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG
2016
Fase Única
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Parece mesmo que a crônica é um gênero menor. ― Graças a Deus ― seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica perto de nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para vida, que ela serve de perto, mas para a literatura (...) Por meio dos assuntos, da composição aparentemente solta, do ar de coisa sem necessidade que costuma assumir, ela se ajusta à sensibilidade de todo o dia. Principalmente porque ela elabora uma linguagem que fala de perto ao nosso modo de ser mais natural. Na sua despretensão, humaniza; e esta humanização lhe permite, como compensação sorrateira, recuperar com a outra mão uma certa profundidade de significado e um certo acabamento de forma, que de repente podem fazer dela uma inesperada embora discreta candidata à perfeição.

CANDIDO, Antonio et alii. A crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. Campinas; Rio de Janeiro: UNICAMP; Fundação Casa de Rui Barbosa, 1992.

A ideia de que o gênero crônica está a serviço não só da vida, mas também da literatura, é bem representada pela seguinte referência da obra Crônicas para ler na escola, de Zuenir Ventura:
A
A associação implícita que o autor faz entre a genialidade de sua neta Alice, ao usar um iPad, e a personagem Alice da obra Alice no país das maravilhas.
B
O relato feito por Zuenir de um encontro com o escritor Ziraldo, do qual surgiu a inspiração para a escrita da obra O menino maluquinho.
C
A menção feita por Zuenir a uma viagem ao Japão, onde, depois de atuar na cobertura jornalística de um evento, escrevera um conto que lhe rendeu um prêmio literário.
D
A curiosa história escrita pelo autor a partir de um pote de Pó Royal que foi jogado no quintal de sua casa, no Rio de Janeiro.