Questão
Universidade Estadual de Londrina - UEL
2023
2ª Fase
Poema-I28-09-1932NADA129f7e99d4f
Poema I

28/09/1932

NADA FICA de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta, Cadáveres adiados que procriam.
Leis feitas, estátuas vistas, odes findas – Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.
 
Poema II

2/3/1933

QUERO IGNORADO, e calmo Por ignorado, e próprio
Por calmo, encher meus dias De não querer mais deles.
Aos que a riqueza toca O ouro irrita a pele Aos que a fama bafeja Embacia-se a vida.
Aos que a felicidade É sol, virá a noite.
Mas ao que nada ’spera Tudo que vem é grato.
 
(PESSOA, Fernando. Melhores poemas de Fernando Pessoa. 12ª ed. São Paulo: Global, 2004. p. 143-144.)

Acerca do poema II, assinale a alternativa correta.
A
A ausência de rimas, nos versos de Fernando Pessoa, é uma prática comum nos poemas modernistas.
B
Os verbos “irrita” e “embacia-se”, assim como os termos “sol” e “noite”, constituem as oposições expostas no poema.
C
O poema tem o mesmo número de estrofes e de versos que existem no soneto.
D
A métrica é caracterizada pela alternância entre redondilha maior e redondilha menor.
E
Tanto no sétimo verso quanto no oitavo, os substantivos desempenham a função de complemento verbal.