Popular e patriótica, a sublevação de 1363 despertaria as tensões mais profundas da sociedade portuguesa, na luta que se seguiu. De um lado, enfileiravam-se as tropas de Castela e dos senhorios mais poderosos. De outro, a burguesia mercantil, a pequena nobreza militar, o populacho das cidades e a ‘arraia-miúda’ dos campos. Os camponeses atacavam e saqueavam os castelos, vingando-se da prepotência fidalga e da miséria. Mas a decisão da luta estaria nas mãos dos ricos burgueses de Lisboa e do Porto. Estimulados por Álvaro Pais, estes abriram seus cofres: a decisão de quase dois anos de lutas, no campo de batalha, dependia muito de dinheiro para armar os seguidores do Mestre de Avis de fundos, para contratar arqueiros ingleses que enfrentassem a poderosa cavalaria castelhana. Durante o ano de 1384, as forças do ‘Mestre’, aclamado ‘Defensor e Regedor do Reino’, alcançaram inúmeras vitórias, apesar de atacadas por terra e por mar.”
MENDES Jr., Antônio, Brasil - texto e consulta. São Paulo, Brasiliense, s.d. v, 1, p. 47.
A disputa de posições que o texto reflete em meio ao conflito que levou à construção do Estado monárquico português, evidencia que