Poucas foram as pessoas que se dispuseram a ajudar Anselmo Duarte a carregar a pesada cruz de O Pagador de Promessas, segunda-feira à noite, na RTC. O próprio Zé do Burro (Leonardo Villar), que, há anos, aparentando cansaço e muita fé, levava-a para onde fosse, não estava lá. Mas a sua Rosa (Glória Menezes), a toda hora, conversava com o Bonitão (Geraldo Del Rey) e mestre Coca (Pitanga). Mas hoje às 22h20 todos estarão presentes, durante a exibição do filme que, em 1962 mereceu a Palma de Ouro, em Cannes. Na tela, Leonardo Villar jovem, Glória Menezes sem maquiagem carregada, Geraldo Del Rey com todos os fios de cabelo, Pitanga e seus dotes de capoeirista.
Ninguém verá, mas por trás das câmeras estava o diretor Anselmo Duarte, magro e confiante. Naturalmente, 24 anos depois, eles estão diferentes, envelheceram, as rugas marcam seus rostos. Conservam, no entanto, o mesmo entusiasmo com relação ao filme, quando na época em que filmaram. E não poderia ser diferente. O Pagador de Promessas abriu as portas para suas carreiras e –mais importante –contribuiu muito para o reconhecimento da produção cinematográfica brasileira.
BÁRBARA, Aída. O peso desta cruz tem 24 anos. O ESTADO DE S. PAULO. Caderno 2, 03/10/1986. Disponível em <https://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19861003-34232-nac-0053-cd2-9-not/busca/filme+Palma> Acesso em 06/07/2021
A obra O Pagador de Promessas, de Dias Gomes, saiu dos palcos para o cinema e, em 1962, a adaptação foi vencedora do prêmio Palma de Ouro, em Cannes; a partir desse excerto, observamos a preocupação de Aída Bárbara em