Quando eu tinha seis anos

Ganhei um porquinho-da-índia

Que dor de coração me dava

Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!

Levava ele pra sala

Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos

Ele não gostava:

Queria era estar debaixo do fogão.

Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas…

O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.

<https://faciletrando.wordpress.com/2018/07/23/porquinho-da-india/>. Acesso em: 10/08/19.

Com base na leitura do poema e em seus conhecimentos a respeito da obra de Manuel Bandeira, julgue as proposições a seguir.

I. O poema “Porquinho da Índia” é um perfeito exemplo da liberdade expressiva de Bandeira. Explorando versos livres, o poeta não demonstra grandes preocupações com a regularidade métrica nem mesmo com a pontua-ção, o que sugere a fluidez e a rapidez das ações.

II. A formalidade registrada em versos como “Levava ele pra sala” exemplifica aquilo que o próprio Bandeira cha-mou de “língua viva”, isto é, a fala espontânea e natural do povo brasileiro, distante, portanto, do português coloquial e popular.

III. A partir de temas por vezes considerados banais, “Estrela da Vida Inteira” revela poemas ricos em construção e significação. O poema lido, por exemplo, baseia-se numa experiência do eu lírico que, quando criança, ga-nhou um bichinho de estimação; mais tarde, o eu lírico associa a experiência vivenciada na infância às expec-tativas amorosas vivenciadas na vida adulta.

IV. Embora Manuel Bandeira dialogasse com a tradição poética brasileira, Mário de Andrade, por conta das inova-ções formais e temáticas bandeirianas, apelidou-o “São João Batista do Modernismo, posicionando-o enquanto precursor do movimento que, a partir da Semana de Arte Moderna de 1922, ficou conhecido como Modernismo.

São CORRETAS apenas as proposições