Quando subiram ao tombadilho, já lá encontraram o Meireles, mais o Mário e a Paquita. Ela, sempre com o seu arzinho enjoado, contando as palavras que dizia, tratando a família do marido com cerimônias afastadoras. Mário ia e vinha, solícito, obedecendo com sorrisos às ordens que ela lhe dava em frases curtas:
– Que fosse ao camarote guardar-lhe a bolsa das jóias... Que lhe fosse buscar a capa... Que verificasse quais as malas que iam para o porão e que mandasse a vermelha para o beliche.
Mal ele se lhe aproximava, logo ela o incumbia de qualquer coisa que o afastava: - Que contasse os volumes... Que entregasse a cesta das frutas ao maitre d'hotel, recomendando-lhe que as metesse na geleira... Que pusesse os seus cartões de visita nas costas das cadeiras, para evitar confusões... Mário girava sobre as solas de borracha dos sapatos claros e lá ia lépido cumprir as ordens. Camila pasmava. Quem lhe diria que aquele era o mesmo Mário indomável, seco, tão imprestável sempre aos favores pedidos pela mãe e as irmãs? Vendo aquilo, subia-lhe do coração aos olhos uma tristeza ciumenta, mágoa de alma ferida a que nenhuma razão abafa a queixa.
Júlia Lopes de Almeida. A falência.
A partir desse trecho, infere-se que Mário é