REDAÇÃO -ORIENTAÇÕES
• A redação deve conter um título. A ausência do título implica a perda de pontos, mas não a anulação do texto.
• A redação deve ser escrita de forma legível e não pode apresentar rasuras na FOLHA DE REDAÇÃO DEFINITIVA. Para a versão definitiva do texto, deve ser utilizada caneta esferográfica com tinta azul ou preta.
•Para o rascunho, deve ser utilizada a folha disponível no fim deste caderno.
•Para avaliação, será considerada apenas a FOLHA DE REDAÇÃO DEFINITIVA.
•O texto deve ser escrito empregando-se a variedade padrão da língua portuguesa.
•Em nenhuma hipótese, o texto pode apresentar marcas de identificação do candidato.
•Será atribuída nota ZERO à redação do candidato que:
a. fugir do tema ou do gênero proposto;
b. desrespeitar o número mínimo de 15 linhas ou máximo de 30 linhas;
c. identificar-se na prova.
PROPOSTA DA REDAÇÃO
Você é um(a) estudante do Ensino Médio. Durante o ensino remoto, você se viu obrigado a utilizar o celular para participar das aulas. Contudo, as aulas presenciais retornaram nas escolas paranaenses no fim de 2021, conforme mostra a reportagem “Retorno de aulas presenciais marcou o ano da comunidade escolar em 2021” (TEXTO 1). Ao saber do fim das aulas remotas, você se questionou se poderia continuar a usar o celular durante as aulas, considerando que isso não era permitido anteriormente.
Interessado no assunto, você leu outros dois textos: “Uso de celular em sala de aula dobra efeito negativo nas notas, aponta estudo” (TEXTO 2), que apresenta dados sobre os prejuízos causados pelo uso do celular em sala de aula; e “Tecnologia no ensino e aproximação com as famílias como ‘legado’ da pandemia” (TEXTO 3), em que se abordam questões relativas ao emprego de tecnologias em aulas como efeito do ensino remoto. Também analisou uma charge publicada no Facebook(TEXTO 4).
Após o aprofundamento sobre a questão, você decidiu produzir um artigo de opinião para ser publicado na coluna de opinião do jornal da sua região, a fim de socializar o seu ponto de vista em relação à polêmica: Com a volta das aulas presenciais após o ensino remoto, as escolas devem permitir o uso de celular em sala de aula?
Candidato, não se esqueça de que o artigo de opinião é um texto argumentativo, por isso, além de se posicionar frente à questão exposta, é preciso selecionar bons argumentos para a defesa da sua tese. Os textos a seguir, usados para formular a proposta da redação, podem ser abordados apenas como suportes para a argumentação e nunca copiados deliberadamente. Você será avaliado pelo grau de autoria do texto!

TEXTO 1
Retorno de aulas presenciais marcou o ano da comunidade escolar em 2021Com a melhora no quadro sanitário e a chegada de mais vacinas contra a Covid-19, foi iniciado, em maio, o retorno presencial. Em novembro, o índice de presença alcançou níveis próximos do pré-pandemia. O retorno de atividades presenciais marcou o ano nas escolas da rede estadual de ensino. O ano letivo de 2021 começou com incertezas na rede estadual de ensino. O planejamento era começar as atividades no modelo híbrido, mas o avanço da pandemia em fevereiro fez o Estado optar pelo início das aulas seguindo o modelo remoto adotado durante 2020, com o Aula Paraná e demais ferramentas, como o Google Meet, utilizado para as aulas ao vivo. Embora tenha implementado um dos melhores sistemas de ensino remoto do Brasil, o objetivo era voltar ao ambiente escolar, uma vez que o modelo de aulas a distância não substitui completamente as atividades pedagógicas ofertadas de modo presencial. Com os colégios ainda fechados, o Governo do Estado também seguiu com a entrega de alimentos da merenda para as famílias de alunos e alunas de maior vulnerabilidade social. A ação aconteceu no primeiro semestre, passando dos R$ 40 milhões em produtos distribuídos, e continuou até o fim do período, enquanto parte das instituições não abriam ou quando as abertas ainda tinham maior oferta de alimentos do que demanda, principalmente de produtos da agricultura familiar. Com a melhora no quadro sanitário e a chegada de mais doses de vacina contra a Covid-19, o Governo do Estado deu início, em 10 de maio, ao retorno presencial gradual na rede de ensino. A ação aconteceu em paralelo com a vacinação dos profissionais da educação, priorizados no processo, de acordo com sua faixa etária. Duzentos dos 2,1 mil colégios estaduais abriram as portas inicialmente (cerca de 10% da rede).Aliado a um dos mais rápidos avanços da vacinação de professores e funcionários de escolas do Brasil, o número de escolas abertas também foi gradativamente ampliado nas semanas seguintes, chegando a 55% no início de julho, antes do recesso escolar. Além de ajudar na volta das atividades escolares, a vacinação também auxiliou na realização das eleições para diretores de 1,7 mil colégios. Anteriormente marcado para dezembro de 2020, o processo aconteceu em julho de 2021. A comunidade escolar definiu os novos gestores para os próximos quatro anos.
Fonte: PARANÁ. Retorno de aulas presenciais marcou o ano da comunidade escolar em 2021.25/12/2021. Disponível em: https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Retorno-de-aulas-presenciais-marcou-o-ano-da-comunidade-escolar-em-2021.
TEXTO 2
Uso de celular em sala de aula dobra efeito negativo nas notas, aponta estudo O uso excessivo de telefones celulares tem prejudicado o desempenho acadêmico de estudantes universitários brasileiros sem que eles percebam, já que a maioria tende a subestimar o tempo que dedica, diariamente, a seus aparelhos.
Essas conclusões são de uma pesquisa feita com alunos da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de São Paulo e publicada recentemente pela “Computers & Education”, revista especializada britânica.
A piora na aprendizagem associada à utilização intensa de smartphones leva a uma queda significativa dos alunos em um ranking que a FGV elabora para classificá-los —considerando suas notas, mas também fatores como o grau de dificuldade das provas.
Cada cem minutos diários dedicados ao celular fazem com que um estudante recue 6,3 pontos na escala, que vai de 0 a 100. Segundo os pesquisadores Daniel Darghan Felisoni e Alexandra Strommer Godoi, isso pode ser suficiente para tirá-los da lista dos 5% melhores da turma, impedir que alcancem pontuação para cursar determinadas eletivas ou prejudicá-los em avaliação dos critérios para obtenção e manutenção de bolsa de estudos.
O uso de smartphones no horário das aulas é ainda mais nocivo: faz com que a queda de desempenho quase dobre .Ou seja, se os cem minutos forem concentrados no período em que os alunos deveriam prestar atenção nas aulas ou em rotinas da universidade, o recuo no ranking vai para cerca de 12 pontos. O problema é agravado pelo fato de que o tempo dedicado aos aparelhos é alto e bem maior do que a maioria estima. Em média, os participantes do estudo passaram quase quatro horas por dia (230 minutos) mexendo em seus celulares, 48,5% a mais do que eles disseram imaginar. Entre os 43 alunos acompanhados, o que ficou mais tempo no celular gastou 6,5 horas diárias no aparelho, e a menor marca foi de 38 minutos. O resultado surpreendeu Daniel, que estudava o tema para seu trabalho de conclusão da graduação na FGV, e Alexandra, professora que o orientava. “Eu mesma testei o tempo que passava no celular na época e foi o dobro do que imaginava”, diz Alexandra. Para Daniel, a surpresa maior veio com a mensuração do impacto do celular sobre a aprendizagem dos alunos. A hipótese dele era que, acostumados desde cedo com a tecnologia, os jovens tinham capacidade de realizar tarefas concomitantes sem prejudicar sua capacidade cognitiva.“Percebia que o uso do celular nos deixava momentaneamente ausentes, mas que o conteúdo perdido poderia ser recuperado em seguida com a volta da atenção”, diz Daniel. Não foi o que ele e Alexandra descobriram ao analisar os resultados do experimento, que monitorou 43 alunos de administração de empresas por 14 dias consecutivos, em abril de 2016. O grupo aceitou instalar nos seus celulares aplicativos que medem o tempo gasto trocando mensagens, navegando em redes sociais, fazendo pesquisas e ligações. Um desafio em pesquisas assim é garantir que o efeito que se busca mensurar seja consequência da hipótese levantada e não de outros fatores. Nesse caso, era preciso eliminar o risco de que as diferenças de desempenho fossem causadas por habilidades e conhecimentos acumulados pelos alunos anteriormente.O impacto dessas aptidões foi, então, descontado com base nos resultados do vestibular e em um questionário utilizado internacionalmente sobre seu autocontrole (capacidade de se organizar, concentrar, realizar tarefas etc). A partir daí, eles estimaram o desempenho esperado dos alunos e os compararam com os resultados que eles, de fato, alcançaram.
Concluíram que o uso do celular é capaz de alterar a rota esperada. Sua utilização por cem minutos diários é suficiente para fazer com que um aluno ou aluna que tenha se classificado em 5º lugar no vestibular atinja na faculdade o desempenho esperado daquele que ficou em 100º.“Essa queda na pontuação pode ter consequências graves para o estudante, afetando até sua vida profissional, já que as vagas para cursar determinadas disciplinas preparatórias para o mercado de trabalho são preenchidas conforme a posição no ranking da faculdade”, diz Daniel.
“ O ideal seria repetir o experimento, expandindo-o para um grupo mais diverso, mas, estaticamente, nossos resultados se mostraram significativos”, afirma Alexandra.
PROIBIÇÃO EM ESCOLAS FRANCESAS DEU NOVO IMPULSO AO DEBATE
O debate sobre celulares na educação tem ganhado fôlego. Em julho, o governo da França proibiu a utilização dos telefones em escolas. No Reino Unido, algumas escolas tomaram a mesma decisão. No Brasil, não há uma regra única. Em 2017, o Governo do Estado de São Paulo liberou o uso dentro de sala de aula sob supervisão.“Acho importante que o tema seja discutido porque o que notamos é que o efeito da distração é inconsciente e significativo”, diz Alexandra. Um trabalho recente feito por quatro pesquisadores de universidades norte-americanas e publicado por um periódico da Universidade de Chicago com 800 usuários de smartphones concluiu que a proximidade física do celular reduz tanto a memória quanto a fluidez de ideias, provocando uma espécie de drenagem de recursos do cérebro (“brain drain”, em inglês).Segundo os pesquisadores, mesmo quando os participantes conseguiam evitar mexer ou pensar nos seus celulares, a simples presença dos aparelhos diminuía sua atenção.Táticas como deixar o aparelho com a tela para baixo ou silenciar as notificações não foram suficientes. A única estratégia eficaz foi a separação física do celular.“Não tenho dúvida de que o celular atrapalha os estudos. Tenho notado piora na minha concentração, perda de memória e me sinto mais cansado”. O relato é de Renan Baleeiro Costa, 20, estudante de direito da USP. “Existe o lado positivo. Em um instante, tenho acesso a textos acadêmicos, leis. Mas, quando uso o celular em excesso, me sinto menos produtivo”, completa. Outro estudo de acadêmicos turcos, recém-publicado na revista “Computers in Human Behavior”, apontou efeitos negativos sobre o desempenho escolar. No artigo, os autores concluem que a tecnologia pode ser positiva para a aprendizagem, mas ressaltam que os alunos não parecem estar usando os recursos disponíveis deforma benéfica à aprendizagem e que devem ser melhor orientados.
Fonte: FOLHA DE S. PAULO. Educação. Uso de celular em sala de aula dobra efeito negativo nas notas, aponta estudo. 20/09/2018. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/09/uso-de-celular-em-sala-de-aula-dobra-efeito-negativo-nas-notas-aponta-estudo.shtml.
TEXTO 3
Tecnologia no ensino e aproximação com as famílias como “legado” da pandemia
A Covid-19 criou uma situação inédita, fechando escolas não só pelo País mas no mundo todo. Por aqui, já são quase seis meses sem aulas presenciais. No momento em que algumas redes já começam a voltar, o Instituto Unibanco ouviu dessa vez professores para saber o que aprenderam durante a pandemia − e como essa experiência pode melhorar a educação na retomada das aulas presenciais. O texto é o segundo da série Aprendizados do ensino remoto.No Piauí, a professora de Língua Portuguesa Fátima Luana Matos Furtado diz que o uso de recursos tecnológicos no ensino remoto deixará um legado transformador.“Nenhum de nós, professores, será o mesmo. A gente teve que aprender muitas coisas novas”, afirma ela. “Formas diferentes de ensinar que eu não utilizava e que poderei usar na volta do ensino presencial, com resultados positivos.”Fátima leciona para turmas de Ensino Médio na Unidade Escolar Antônio Deromi Soares, no município de Buriti dos Montes (PI), a cerca de 250 quilômetros da capital Teresina. Toda semana, ela passa atividades para os estudantes por meio da plataforma Google Sala de Aula. Às quintas-feiras, promove um encontro virtual para tirar dúvidas ao vivo, por vídeo, pelo Google Meet.A professora destaca duas atividades que considerou bem-sucedidas: na produção de textos de cordel, cada aluno gravou um vídeo fazendo a leitura do próprio texto − e os vídeos foram compartilhados em redes sociais; ao falar sobre o modernismo na literatura brasileira, ela organizou uma webgincana em que os estudantes recorreram à internet para buscar as respostas a 20 perguntas da professora.“São recursos que a gente já poderia estar usando. Veja o Google Classroom, existia antes do ensino remoto”, diz Fátima, que já imagina situações em que as ferramentas tecnológicas poderão ser úteis na retomada do ensino presencial. “Quando um aluno faltar à aula por doença ou problema no transporte escolar, por exemplo, posso postar todo o conteúdo daquele dia na plataforma, para que o aluno tenha acesso ao material.”
“Banho tecnológico”
Na rede estadual de Goiás, a coordenadora pedagógica Fabíola Moreira, do Colégio Dom Fernando 1, em Goiânia, faz o mesmo raciocínio. Professora de biologia até o ano passado, Fabíola assumiu o novo cargo em janeiro de 2020, pouco antes da chegada do novo coronavírus. “A gente teve que se reinventar”, resume Fabíola. A nova rotina incorporou aulas e reuniões virtuais, lives e postagens em redes sociais e uma intensa comunicação via WhatsApp. Quem não estava familiarizado com as tecnologias digitais teve que se reciclar, contando inclusive com a ajuda de colegas. “Foi realmente um banho tecnológico para os professores e para a escola”, diz Fabíola A coordenadora pedagógica considera que os pontos positivos das ferramentas digitais deverão ser incorporados ao ensino regular. “Não tem como dizer que vamos esquecer tudo e voltar a como estávamos antes da pandemia”, afirma, enfatizando que a valorização dos recursos tecnológicos não significa, em hipótese alguma, desconsiderar nem desmerecer o ensino presencial. Fabíola cita a lousa digital, que antes da pandemia não estava disponível na escola e só foi comprada por causa do ensino remoto. O equipamento foi instalado na sala de aula onde professores gravam videoaulas. “Ajuda muito, é como se você estivesse mexendono computador em tempo real”, diz ela, elogiando a iniciativa da direção do colégio.De acordo com a coordenadora, a ideia agora é que mais lousas digitais sejam adquiridas, já que se trata de um recurso útil em qualquer formato de ensino: remoto, híbrido ou 100% presencial.Na rede pública do Distrito Federal, o professor Abdael Gaspar de Sousa leciona para alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, na Escola Classe 09, na região administrativa do Gama. Desde que o ensino remoto teve início, ele fez cursospara se familiarizar com as ferramentas do Google. Seus alunos, crianças na faixa dos 10 anos, diz ele, demonstram enorme familiaridade com as novas mídias e com as redes sociais. O que acaba sendo um fator de empoderamento e autonomia.Abdael conta que um deles produziu um telejornal no qual fazia o papel de apresentador e, em tom de denúncia, criticava os buracos de rua perto da sua casa. O vídeo foi postado no YouTube e apresentado aos colegas. A experiência mostrou a Abdael como o uso das novas tecnologias pode enriquecer a relação ensino-aprendizagem. Inclusive no sentido de tirar o professor da posição de quem supostamente sabe tudo.“Eu não conseguiria mais dissociar essas ferramentas da minha prática pedagógica, elas estão presentes, tomamos conhecimento delas e um certo domínio. E os alunos também. O que agora podemos fazer é potencializá-las e adaptá-las para a vivência na sala de aula [presencial] ou extraclasse”, diz Abdael. “O ensino não precisa mais ser pensado somente como espaço físico, massim como todos os espaços ou momentos diferentes.” [...]
Fonte: INSTITUTO UNIBANCO. Professores destacam uso da tecnologia no ensino e aproximação com as famílias como “legado” da pandemia. 10/09/2020. Disponível em: https://www.institutounibanco.org.br/conteudo/professores-destacam-uso-da-tecnologia-no-ensino-e-aproximacao-com-as-familias-como-legado-da-pandemia/.
TEXTO 4

Fonte: Charge de Moacir Knorr Guterres (Moa), publicada no perfil Desafios da Educação, no Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/desafioseducacao/photos/a.490095328022019/589246131440271/?type=3.