Texto I

A valorização do cinema nacional (ou a falta dela)
Quantas vezes você foi ao cinema em 2019? E quantas dessas vezes, você foi ver um filme brasileiro? Em 2019, nós tivemos 327 produções nacionais. O país levou, ano passado, 172 milhões de pessoas aos cinemas, o que foi um aumento em relação ao ano anterior, mas apenas 22 milhões foram ver filmes nacionais, representando uma queda de 300 mil espectadores em relação a 2018. Sinceramente, de nacional, eu só assisti a Minha Mãe É Uma Peça 3.
Eu poderia dizer que isso se dá, principalmente, porque ir ao cinema é caro. (...) Mas, ainda assim, o número de espectadores para filmes estrangeiros cresceu em 12,5 milhões desde 2018. O que nos leva a concluir que, embora ir ao cinema seja caro, a rejeição aos filmes brasileiros é maior.
https://www.revistajovemgeek.com.br/2020/02/a-valorizacao-do-cinema-nacional-ou.html
Texto II
A falta de valorização afeta o conhecimento cultural?
(...)
Além da problemática da valorização (ou desvalorização), também existem questionamentos sobre outro problema no setor: o pouco reconhecimento cinematográfico do país pode afetar o conhecimento da população sobre sua própria cultura? Dentro dessa questão, as opiniões dos cineastas divergem, já que alguns acreditam que a não valorização do cinema é uma perda para a cultura e outros afirmam que a cultura cinematográfica não pode ser comparada com a “física”. “Todos perdem”, afirma Paula, explicando que os espectadores nadam contra a maré não tendo contato com sua própria arte. “Como pode se amar algo que não se vê?”, questiona a atriz.
Sandro também concorda que os brasileiros perdem conhecimento de sua própria nação ao não valorizarem suas obras. “O cinema é uma espécie de espelho mágico em que podemos nos encarar e encarar a nossa realidade. Se ele não é valorizado, perdemos uma ótima oportunidade de olhar algumas questões profundas de nossa sociedade.”

https://labnoticias.jor.br/2023/07/07/desafios-do-cinema-brasileiro-uma-luta-contra-o-hollywoodiano/
Texto III
Um terço da população do país ainda rejeita filme brasileiro
Pesquisa mostra que as comédias são vistas como o principal ponto positivo da produção nacional
(...)
A resistência presente em um terço da população reflete a complexidade da relação entre o cinema brasileiro e seu público. As raízes dessa problemática são antigas, e talvez a melhor explicação para ela ainda esteja na “situação colonial” que foi descrita pelo crítico Paulo Emílio Salles Gomes (1916-1977).
Essa condição pode ser resumida pela própria história do cinema nos países periféricos, onde “o hábito do cinema foi adquirido (...) pelo consumo de filmes estrangeiros”.
No Brasil, além de enfrentar o domínio da produção de Hollywood, o cinema teve de lidar com uma outra hegemonia, a da televisão aberta que, por anos, reinou quase sozinha no mercado.
Reinou. Mas não reina mais.
O novo jogo de forças estabelecido no campo audiovisual evidencia-se na lista dos filmes mais vistos. Três grandes sucessos das salas de cinemas aparecem nas primeiras posições: ‘‘Minha Mãe é Uma Peça’’, ‘‘O Auto da Compadecida’’ e ‘‘Tropa de Elite’’. Mas a quarta e o quinta posições são ocupadas por duas produções da Netflix: ‘‘Os Salafrários’’ e ‘‘Cabras da Peste’’.
Entre os entrevistados que souberam citar o último filme nacional a que assistiram, 39% disseram que o acesso se deu pela televisão. As plataformas de vídeo sob demanda, mais presentes entre as classes A e B, foram a opção de 31%; a pirataria, de 17%; e o cinema, de 12%.
Embora ainda reflita parcialmente aquilo que ocorre no mercado de exibição tradicional, com os filmes de grandes estúdios ficando entre os mais vistos, o streaming altera um velho estado de coisas.
https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2021/08/um-terco-da-populacao-do-pais-ainda-rejeita-filme-brasileiro.shtml
Texto IV

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A valorização do cinema no contexto da cultura brasileira”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.