(SOMATÓRIA)
10 DE MAIO Fui na delegacia e falei com o tenente. Que homem amável! Se eu soubesse que ele era tão amável, eu teria ido na delegacia na primeira intimação. (...) O tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidades de delinquir do que tornar-se útil a pátria e ao país. Pensei: Se ele sabe disto, porque não faz um relatório e envia para os políticos? O senhor Jânio Quadros, o Kubstchek e o Dr. Adhémar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades.
... O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no próximo, e nas crianças.
Adaptado de: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014, p. 29.
Analise o trecho: “[...] tornar-se util a pátria e ao país” e assinale abaixo o que for correto.
01) Por ser uma oxítona terminada na letra “l”, a norma padrão não exige a utilização de qualquer acento na palavra “util”.
02) A utilização de termos sinônimos (“pátria” e “país”) indica que é desnecessária a utilização do pronome masculino existente na contração “ao”, que pode ser substituído apenas pela preposição “a”: “a país”.
04) Por ser uma palavra paroxítona terminada na letra “l”, o termo “util” deveria ser grafado com acento agudo, segundo a norma-padrão: “útil”.
08) Por representar apenas um pronome feminino singular, o termo “a” pode ser substituído pela contração “em+a” sem prejuízo do entendimento do trecho: “na pátria”.
16) Para representar corretamente a junção da preposição “a” com o artigo definido feminino singular “a” a norma padrão exigiria o uso de crase: “à pátria”.