Questão
Universidade Federal da Bahia - UFBA
2011
1ª Fase
SOMATORIA-Elevado278846be4db
Discursiva
(SOMATÓRIA)



Elevado recentemente à condição de Hino Oficial do Estado da Bahia, o Hino ao Dois de Julho, de autoria de Ladislau dos Santos Titara, foi cantado pela primeira vez em 1846, no Teatro São João, em Salvador. Nos versos de sua primeira estrofe e no estribilho, estão contidas alusões a fatos e aspirações presentes nas classes dominantes urbanas da Bahia da época. 

A análise desse hino, associada aos conhecimentos dos fatos históricos que envolveram as lutas pela independência, permite afirmar: 

(01) O Dois de Julho de 1823 representa o ponto culminante e a vitória da resistência dos habitantes do Recôncavo baiano contra a pressão recolonizadora do governo português sobre o Brasil. 

(02) “Nunca mais o despotismo” (v. 5) é um verso que se identifica com o despotismo esclarecido europeu, que se transferiu para o Brasil na figura da rainha D. Maria I. 

(04) As “nossas ações” (v. 6), regidas pelo despotismo, diziam respeito ao colonialismo e ao monopólio comercial português, que controlara o mercado colonial em seu próprio benefício. 

(08) A ingerência das Cortes Portuguesas, na Regência do Príncipe D. Pedro, expressava uma ação política de Portugal ditada pelo despotismo colonialista. 

(16) A expressão “tiranos” (v. 7), aludidos no texto, diz respeito à tirania da pressão das classes populares, que exigiam maior participação política por meio de eleições livres. 

(32) A história do Brasil, apesar do desejo demonstrado pelo autor do hino, registrou momentos de despotismo e tirania, em períodos posteriores, vividos na instalação de governos ditatoriais de composição civil e de composição militar. 

(64) O movimento pela independência da Bahia, à semelhança da Proclamação da República de 1889, no Rio de Janeiro, caracterizou-se por se desenrolar distante do povo, sendo, portanto, uma conspiração de elite.