(SOMATÓRIA)
Uma coisa ninguém discute: se Zacarias morreu, o seu corpo não foi enterrado. A única pessoa que poderia dar informações certas sobre o assunto sou eu. Porém estou impedido de fazê-lo porque os meus companheiros fogem de mim, tão logo me avistam pela frente. Quando apanhados de surpresa, ficam estarrecidos e não conseguem articular uma palavra. Em verdade morri, o que vem ao encontro da versão dos que creem na minha morte. Por outro lado, também não estou morto, pois faço tudo o que antes fazia e, devo dizer, com mais agrado do que anteriormente.
A princípio foi azul, depois verde, amarelo e negro. Um negro espesso, cheio de listras vermelhas, de um vermelho compacto, semelhante a densas fitas de sangue. Sangue pastoso com pigmentos amarelados, de um amarelo esverdeado, tênue, quase sem cor. Quando tudo começava a ficar branco, veio um automóvel e me matou.
Adaptado de: RUBIÃO, Murilo. O Pirotécnico Zacarias. In: Obra Completa. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
A escritora Carolina Maria de Jesus redigiu sua obra mais famosa, Quarto de Despejo, em 1955, quando a ortografia era diferente da atual. Além disso, a autora não escrevia de acordo com o padrão gramatical, mas sim de acordo com a variedade popular da língua. Identifique apenas vocábulos grafados de maneira ortograficamente adequada, de acordo com o padrão atual, e assinale o que for correto.
01) Leito, contemplei, despontar.
02) Enchi, zarpei, retornava.
04) Centimetros, espera, expancaram.
08) Aconselhei, vantagens, deturpa.